Coronavírus: Alunos da UFF criam aplicativo de compras para quem é do grupo de risco
Plataforma virtual ainda está em desenvolvimento

Por Rennan Rebello
Em tempos de pandemia do coronavírus, onde isolamento social é necessário para evitar contágios, as instituições públicas de ensino têm incentivado alunos e departamentos de pesquisa a desenvolver tecnologias para minimizar o problema.
Em Niterói, seis estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) que participam de projetos do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos da instituição, estão desenvolvendo o aplicativo 'Match Buyer', que vai possibilitar que integrantes do grupo de risco da doença, consigam solicitar, a alguém que já esteja, a compra de um determinado produto.
"Participamos de um evento online chamado Hacktech pelo IEEE-UFF, onde apresentamos a ideia de criar um aplicativo ou plataforma que auxilie pessoas do grupo de risco a fazer compras sem sair de casa. O desafio era apresentar um projeto voltado para minimizar os problemas na área de saúde, mas com base social ou educacional, e optamos pelo lado social", disse a estudante de Engenharia de Telecomunicações, Thainá Fernande.
Ela contou que a ideia surgiu a partir de experiências pessoais com compras via aplicativos, onde viu a possibilidade de criar uma rede que integrasse quem faz parte do grupo de risco da doença com voluntários (pessoas fora do grupo de risco, maiores de idade e com vontade de ajudar).
"A é que as pessoas façam o cadastro no aplicativo, se identificando como "comprador" (pessoas do grupo de risco), voluntário intermediário ou mercado parceiro (que são mercados que já fazem entregas)", explicou Thainá, que trabalha no projeto junto com Leolo Lopes com e Maria Amélia da Silva, estudantes de Engenharia Química; e Letícia Camargo, Mayara Araujo e Michele Rodrigues, de Engenharia Elétrica.
O conceito geral do 'Match Buyer', criado pelos universitários, mescla a aproximação de pessoas locais com métodos parecidos com o Tinder (aplicativo de relacionamentos). Por isso, o termo 'Match', comum nesta ferramenta, foi inserido no nome do projeto.
"A ideia do 'Match Buyer' foi inspirada no desenvolvimento de uma solução que pudesse ajudar às pessoas do grupo de risco a ficarem em casa, evitando que fossem aos mercados e diminuindo a possibilidade de serem contaminados nesses ambientes de grandes aglomerações. E é importante, também, destacar o papel que os departamentos de pesquisa das universidades públicas como a UFF, tem desempenhado nesse momento, procurando incentivar os alunos a trabalhar junto com seus professores em busca de soluções, em diversas áreas, para ajudar a sociedade", afirmou o estudante de Engenharia Química, Leolo Lopes.
Thainá destaca, ainda, o caráter local e comunitário do projeto. "Nossa proposta é algo local. Ou seja, uma pessoa da rua e do bairro que está indo ao mercado, coloca sua disponibilidade no aplicativo e assim outra pessoa que precisa fazer compras, mas não pode sair de casa, por causa da quarentena, vai entrar em contato, ou seja, "dar match", e assim outras pessoas fazem compras por elas", finalizou Thainá.
O projeto dos estudantes da UFF está concorrendo na categoria de voto popular do evento HackTech COVID-19. Para quem quiser votar no coletivo, basta acessar este link: https://devpost.com/software/match-buyer