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Moro apresenta provas de acusações feitas contra Bolsonaro no Jornal Nacional

Ex-ministro mostrou capturas de tela de uma conversa no WhatsApp entre ele e o presidente

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de abril de 2020 - 08:44
Imagem ilustrativa da imagem Moro apresenta provas de acusações feitas contra Bolsonaro no Jornal Nacional

Sergio Moro, ex-ministro da Justiça que pediu demissão nesta sexta-feira (24), apresentou provas das acusações que fez contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao anunciar sua saída. As informações foram veiculadas inicialmente pelo Portal Yahoo.

Entre as acusações, Moro disse que o presidente tentou ter informações privilegiadas de investigações que o envolvem no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao Jornal Nacional, Moro mostrou capturas de tela de uma conversa no WhatsApp entre ele e o presidente.

Nas trocas de mensagens, Bolsonaro enviou reportagem do portal “O Antagonista” sobre investigações do STF contra deputados de sua base aliada. Ao mandar o link da reportagem, Bolsonaro sugere que este seria “mais um motivo” para a troca de comando na PF.

Moro, então, explica para Bolsonaro que o processo é totalmente do STF e que o ministro Alexandre de Moraes é responsável pela condução das investigações, mostrando que os alvos, deputados bolsonaristas, não teriam sido escolhidos para a investigação pela PF.

Outro assunto debatido foram as acusações do presidente de que Moro teria “barganhado” cargo no STF em troca de uma possível “luz verde” para a troca no comando da Polícia Federal. Para isso, Moro mostrou capturas de tela de uma conversa com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

Uma das deputadas de mais ferrenho apoio a Bolsonaro, Carla pede nas mensagens que Moro considere a troca no comando da PF e, para isso, faz citação à possível indicação ao STF. Moro, então, responde que “não está a venda”.

Zambelli, então, insiste e Moro volta a dizer que não está a venda, dando a entender que as acusações de Bolsonaro não possuem fundamento.

Em entrevista coletiva no final da tarde, o presidente Bolsonaro disse que já reclamou ao ex-ministro que não tinha conhecimento sobre “informações ou relatórios” da PF e que sempre cobrou essa postura de outros órgãos de inteligência governamental, como a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Ele lamentou dizendo que a “PF de Moro” preferia investigar o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) ao invés de investigar o atentado no qual recebeu uma facada desferida por Adélio Bispo, em Juiz de Fora (MG), durante a campana eleitoral de 2018.

“É interferir na PF exigir investigação contra esse porteiro? Ele foi ameaçado? Ele foi subornado? Será que ele sofre das faculdades mentais?”, argumentou o presidente.

Maurício Valeixo, agora ex-comandante da Polícia Federal foi exonerado nas primeiras horas do dia, fato que levou Moro à decisão de deixar o governo, mesmo sendo um dos nomes com mais aprovação entre os apoiadores de Bolsonaro.

O ex-ministro alertou a Bolsonaro de que a troca seria uma interferência política na PF e que o presidente concordou que seria mesmo. “Essa interferência pode levar a relações impróprias entre diretor e superintendentes com o presidente e isso eu não posso concordar”, destacou ao deixar o cargo.

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