Eleições Municipais de São Gonçalo 2020 | Entrevista com o pré-candidato Professor Josemar
Possível prefeitável quer uma maior participação pública na gestão da cidade

Por Rennan Rebello
Josemar Carvalho, 44, formado em Geografia e conhecido no meio político pela alcunha de 'Professor Josemar', ainda não exerceu nenhum cargo público eletivo, porém, nos últimos anos tem sido um constante candidato à Prefeitura de São Gonçalo e também a deputado estadual, sempre pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Atualmente é um dos líderes, ao lado assim de Isaac Ricalde (PCdoB) do Fórum de Desenvolvimento Sustentável e de Resistência Democrática que reúne diversos movimentos sociais, ativistas, além de moradores do município. Caso seja confirmada sua candidatura a prefeito, esta será a sua quarta disputa majoritária na cidade. No entanto, ainda há uma remota possibilidade para que Professor Josemar seja candidato a vereador. Mas isto, depende das tratativas de uma possível coligação de esquerda, entre o PSOL e o PCdoB.
Em entrevista concedida, na noite da última terça-feira (9), na redação de O SÃO GONÇALO, o pré-candidato psolista reforçou a sua posição de tentar a Prefeitura, encabeçando uma aliança e contou detalhes da coligação com PCdoB, que ainda está em negociação. "Antes de mais nada, vale ressaltar que nós do PSOL gostaríamos de uma coligação mais ampla com outros partidos de esquerda que estão na luta contra o (presidente) Bolsonaro e que mostrasse uma proposta diferente ao município, mas infelizmente isto não foi possível. O Partido dos Trabalhadores (PT) não disse nada sobre este chamado e alguns outros se omitiram; e apenas o PCdoB se manifestou. Por isso, temos um diálogo. No entanto, cada um tem sua pré-candidatura própria, contudo, vamos sair juntos numa mesma coligação, porque já há uma deliberação sobre isso", enfatizou.Quanto a uma possível candidatura a vereador, Josemar disse que essa proposta ainda não está em debate. "Isso vem da parte de algumas pessoas que gostariam de me ver na Câmara de São Gonçalo, que é um lugar onde o nível de discussões é muito baixo. É uma Câmara que não apresenta projetos e que discute pouco a política geral, que não se opõe ao prefeito, além de ser omissa em outros pontos, como na questão da circulação da vans. E por isso, é natural que as pessoas queiram que eu vá para lá (Legislativo) e fico até grato por isso, mas reforço, que sou pré-candidato a prefeito de São Gonçalo", reafirmou.
Josemar também comentou pautas e demandas referentes a gestão pública municipal e ainda propôs um secretariado eleito pelo voto popular. "Nossa proposta de governo é de de ruptura com tudo que está errado em São Gonçalo. Por exemplo, romper com o 'Consórcio São Gonçalo' responsável pela gestão das linhas de ônibus para pensar em uma outra lógica, inclusive, a criação de uma empresa pública com coletivos de qualidade para cidade e também criar ciclovias como modais, assim como retirar a empresa que atua como OS (Organização Social) administrando o Hospital Luiz Palmier (no Zé Garoto). A gestão tem que ser pública e também temos que pensar na prevenção, desta forma, é preciso valorizar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde de nosso município", disse.
Ele também apresentou propostas para outros setores. "Na Cultura, temos de ir além da questão, que é muito importante, sobre o Teatro Municipal (jamais inaugurado e construído em 2016), já que é necessário se criar uma política na formação de público, investindo em lonas culturais pelos bairros e em pontos turísticos como a Ilha das Flores (1ª Hospedaria de Imigrantes no Brasil), em Neves. Nosso governo, caso eleito, será totalmente voltado ao trabalhador da cidade, ou seja, em promover concurso público, evitar contratos temporários e principalmente valorizar o servidor. Inclusive, nas pastas de Cultura, Educação e Saúde, os futuros secretários seriam eleitos por profissionais da área em conferência pública, sempre dialogando com a população", explicou Josemar, que defende a ideia do Poder Público ser um agente capaz de aquecer a economia local além de potencializar subcentralidades no território gonçalense.
"São Gonçalo precisa potencializar as suas subcentralidades, como por exemplo, no bairro do Coelho onde temos uma especialidade na questão de venda de peças automotivas; já no Paraíso há uma variação de pequenos e médios comércios, um 'corredor comercial'. Como prefeito, certamente, eu daria incentivos fiscais a esta classe de pequenos e médios comerciantes. O que não pode ocorrer é ter uma economia dependente de grandes grupos como o da especulação imobiliária e muito menos ter diálogo com empresas com CNPJ negativados por processos trabalhistas e que tentam ganhar licitações na Prefeitura. Este tipo de empresário, já deixo claro, que nunca terá espaço comigo", finalizou.