Secretário de Cultura é exonerado após parafrasear líder nazista
Classe política pediu a demissão após discurso
min de leitura | Escrito por Redação | 17 de janeiro de 2020 - 14:15
O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, foi exonerado de seu cargo na Secretaria Especial de Cultura após parafrasear, em um vídeo, Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista.O discuso de Goebbles feito para diretores de teatro e está presente em sua biografia.
Juntamente com o discurso, a música de fundo que acompanha o vídeo seria uma das obras de Lohengrin, de Richard Wagner (1813-1883), maestro e compositor alemão que escreveu ensaios nacionalistas e antissemitas.
Logo no início desta sexta (17), o Planalto, após a repercussão do caso, havia avisado ao Congresso que o secretário seria demitido.
A polêmica surgiu na noite desta quinta-feira (16) quando foi publicado um vídeo pela Secretaria Especial de Cultura, onde Alvim divulga o Prêmio Nacional das Artes. No discurso, Alvim repete frases usadas por Goebbels. Ao fundo, ouve-se a ópera Lohengrin.
Veja um trecho do discurso de Alvim. "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", diz o secretário.
Agora a comparação com o discurso de Goebbles, segundo consta em sua biografia. "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada".
O fato gerou revolta e diversos pedidos de demissão do secretário. Um dos pedidos partiu do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. "O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo", escreveu em rede social.
Após a repercussão do vídeo, o presidente Jair Bolsonaro teria avisado nesta sexta (17) ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que vai exonerar o secretário da Cultura, Roberto Alvim. A informação foi confirmada pela assessoria de Bolsonaro.