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CPI dos cemitérios é temporariamente 'enterrada' em São Gonçalo

Sessão foi acompanhada por cerca de 70 eleitores que gritaram “Fora Nanci”

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de dezembro de 2018 - 12:44
A sessão foi acompanhada por cerca de 70 pessoas na Câmara de SG. Parte do público chegou a fazer um coro de “Fora Nanci”
A sessão foi acompanhada por cerca de 70 pessoas na Câmara de SG. Parte do público chegou a fazer um coro de “Fora Nanci” -

Por: Thuany Dossares

Após a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cemitérios, na semana passada, a comissão investigatória foi provisoriamente ‘enterrada’, durante a sessão que definiria sua instalação, na noite de ontem, na Câmara Municipal de São Gonçalo. A CPI havia sido aprovada pelos vereadores Lucas Muniz, Sandro Almeida, Maciel, Jalmir Junior, Salvador Soares, Gilson do Cefen, Nathan, Vinicius e Professor Paulo para apurar a denúncia de uma ex-funcionária pública sobre o desvio de dinheiro dos cemitérios de São Gonçalo.

A ex-coordenadora dos cemitérios, Paola Amaral Roberta, relatou ao Ministério Público que o dinheiro arrecadado com enterros era diariamente entregue nas mãos de Eliane Nanci, primeira dama e chefe de gabinete no prefeito José Luiz Nanci. 

A sessão de ontem havia sido marcada para que o presidente da Câmara, Diney Marins, definisse quem iria presidir e integrar a CPI. No entanto, os nove parlamentares que votaram a favor da instauração da comissão foram surpreendidos com uma contra-proposta da mesa diretora, que apresentou um requerimento a ser votado, sugerindo que apenas nove vereadores, não necessariamente os denunciantes, compusessem o grupo da CPI. 

Numa votação de 15 a 9, foi definido que a CPI não iria prosseguir nem com 17, nem com nove membros. 

Para os vereadores da oposição, a nova votação foi uma manobra para derrubar a CPI, o que eles entendem como um golpe. 

“A CPI não tem a intenção de condenar ninguém. É um processo investigatório democrático. Não tem sentido os vereadores que não assinaram a CPI agora quererem compor a comissão. Isso fere o princípio da imparcialidade, da moralidade. São princípios constitucionais. Mas não iremos desistir, não iremos dar um passo atrás, mas sim um passo adiante. Iremos sim ao Ministério Público cobrar isso, não tem que negociar nada, estamos fazendo aquilo que é legítimo e que não pode ser barrado por uma estratégia política, que na minha concepção é um golpe”, declarou o vereador Jalmir Junior. 

“O governo do prefeito José Luiz Nanci tem ampla maioria aqui na Casa. Na verdade, ele tem 2/3 dos vereadores que são apoiadores do governo. Nós apresentamos um requerimento e a mesa diretora apresentou outro”, complementou Sandro Almeida. 

A sessão foi acompanhada por cerca de 70  eleitores que chegaram a gritar um coro de “Fora Nanci”, fazendo com que a reunião fosse interrompida por 20 minutos. Eles ainda realizaram um minuto de silêncio pela perda da votação. 

Morador do Rio do Ouro, Luís Rogério, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), foi um dos que protestaram. “Acabaram de enterrar a CPI. Mas se ela acontecesse também, seria instalada por quem tinha votado contrário a ela. Vemos isso como um medo do prefeito de ser investigado. Numa CPI ninguém está condenando ele, só seria uma apuração dos fatos para saber se seria culpado ou não”, afirmou.

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