Vereadores vão decidir sobre o impeachment contra Rodrigo Neves

Por: Rennan Rebello

Os vereadores de Niterói decidiram, ontem, que a votação pela instauração de um pedido de impeachment do prefeito Rodrigo Neves (PDT), preso em Bangu 8 desde a segunda-feira, acusado de integrar um esquema propinas oriundas da gratuidade do setor de transporte público, ocorrerá hoje, em sessão prevista para começar às 17h.

Embora houvesse dois pedidos protocolados na Câmara em favor do impeachment, por dois grupos da cidade, o Movimento Brasil Livre (MBL) e Advogados pela Liberdade, a votação foi postergada e a decisão da mesa foi anunciada pelo presidente interino da Câmara, Milton Cal (PP), que substituiu Paulo Bagueira (Solidariedade).

Bagueira assumiu a prefeitura interinamente porque o município não tem vice-prefeito, já que o deputado estadual Comte Bittencourt (PPS), embora tenha sido eleito na chapa de Neves, em 2016, preferiu continuar na Alerj como deputado, na época.

“Nós preferimos deixar esta votação para amanhã (hoje) pois detectamos similaridades entre os pedidos de impeachment, deste modo, a Procuradoria da Câmara e os vereadores irão estudar melhor o caso para que possam tomar a melhor decisão”, explicou Cal, que como presidente da Casa, não poderá votar nesta sessão.

O vereador Carlos Jordy (PSL) que recentemente se elegeu como deputado federal é um dos defensores da cassação de Rodrigo Neves, que ainda é chefe do Executivo, apesar de ter sido suspenso de suas funções, por decisão do desembargador Luiz Noronha Dantas, expedida na segunda.

“Se faz necessário, neste momento, o pedido de impeachment porque o Ministério Público não seria irresponsável de proceder desta forma, e se há denúncia é porque há sim, provas. Agora, a cidade passou a estar no ‘mapa do corrupção’, além de estar com um prefeito interino. Neste momento, Rodrigo Neves deve estar afastado de forma definitiva do cargo para cuidar de sua defesa e que a gente possa fazer uma eleição, que é o anseio da população”, disse Jordy, que garante que caso haja nova eleição, não irá se candidatar a prefeito.

“Eu não tentaria vir como prefeito e nem vice, em uma chapa neste momento. No futuro quem sabe. Mas no momento, a gente precisa de uma administração que seja proba e que não tenha relações escusas com empresas privadas, indo de encontro contra o interesse público”, revelou.

Já o vereador Leonardo Giodarno (PCdoB) é contra o pedido de impeachment por julgar que não há provas suficientes para prosseguir com o procedimento.

“Eu sou a favor da apuração de todos os fatos, mas sou totalmente contra a este pedido de impeachment, ainda mais que o prefeito Rodrigo Neves nem apresentou seu direito de defesa”, afirmou.

Caso seja aprovado o impeachment, o prefeito interino Paulo Bagueira, terá que solicitar uma nova eleição, o que deverá ocorrer no prazo de 90 dias, após o pedido realizado.