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Cadeirantes encontram dificuldade em votação para conselho tutelar em Santa Rosa

Falta de acessibilidade às urnas quase deixa cadeirantes sem votar em colégio de Niterói

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 03 de outubro de 2023 - 18:50
De acordo com os relatos, todas as urnas eletrônicas estavam no segundo andar da unidade escolar, que não tem rampas de acessibilidade
De acordo com os relatos, todas as urnas eletrônicas estavam no segundo andar da unidade escolar, que não tem rampas de acessibilidade -

Duas eleitoras que fazem uso de cadeira de rodas quase tiveram que deixar de votar para o Conselho Tutelar em Niterói, durante o último domingo (01/10), por conta da dificuldade de acessar as urnas no Colégio Estadual Baltazar Bernardino, em Santa Rosa. Segundo as mulheres, órgãos do Legislativo local precisavam ser acionados para que elas pudessem exercer o voto.

De acordo com os relatos, todas as urnas eletrônicas estavam no segundo andar da unidade escolar, que não tem rampas de acessibilidade. Quando as duas mulheres chegaram ao local, não conseguiram acessar o local de votação e precisaram pedir ajuda aos fiscais. A reação inicial de um dos fiscais, segundo elas, foi insinuar que não votassem, já que o voto para o Conselho é facultativo.


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A outra solução apontada por eles foi carregar as mulheres no colo até o local de votação. “Eles falaram: ‘não tem como a gente descer, vamos ter que carregar’, mas eu falei: ‘isso não é solução! Tem que ter uma estrutura de acessibilidade’. Até porque não é só por causa do cadeirante, mas de todas as pessoas com dificuldade de locomoção”, conta a fonoaudióloga Fábia Costa, de 53 anos, uma das moradoras que teve dificuldade para votar.

Ainda segundo as eleitoras, a situação só foi resolvida mais tarde, depois que a Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara de Niterói foi acionada. Por fim, uma urna foi levada ao térreo para que elas puderem votar. O presidente da comissão, o vereador Professor Túlio (PSOL), esteve no local e registrou o episódio.

"Recebi de diversas pessoas a informação sobre o que estava acontecendo. Então, fui correndo para o colégio. Lá, precisamos insistir muito para que, finalmente, as urnas descessem e as cadeirantes pudessem votar. Não iríamos embora enquanto isso não acontecesse. Inclusão é direito", comentou o parlamentar.

Em conversa com OSG, Fábia comentou que não esperava enfrentar tanta dificuldades para votar. A fonoaudióloga está precisando fazer uso de cadeira de rodas temporariamente, por conta de um acidente.

"A gente que está provisoriamente nessa condição vê como é importante ter locais acessíveis para essas pessoas. A gente só se dá conta quando está passando por essa situação. Em qualquer tipo de eleição, até para eleição de síndico, a gente tem que ter o direito de exercer nosso voto. A acessibilidade é um direito para todos, tá na constituição", destacou a niteroiense.

Procurado, o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Niterói, que organizou e fiscalizou o processo eleitoral, disse que "o refeitório foi liberado para ser usado como local de votação no Colégio Estadual Baltazar Bernardino, permitindo a acessibilidade no processo de votação".

Ainda de acordo com o órgão, o CMDCA "pediu quase o dobro das urnas que foram disponibilizadas para o dia da votação".

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