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'Sem uma denúncia sequer': relembre 5 escândalos de corrupção no Governo Bolsonaro

Presidente alega que 'o vírus da corrupção foi praticamente vencido' por seu governo

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 06 de abril de 2022 - 15:16
Presidente Jair Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro -

No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não há “uma denúncia sequer de corrupção” desde o início de seu governo, durante evento em Xamboiá (TO). Contudo, apesar das constantes declarações do mandatário, ao menos cinco escândalos de corrupção marcaram seu mandato até aqui.

A denúncia mais recente, revelada pelo “O GLOBO”, partiu do advogado Marconi Gonçalves,  que comandou a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Maranhão de novembro de 2021 até janeiro deste ano. O magistrado contou que recebeu um pedido de propina do lobista Pablo Said logo após tomar posse, em depoimento à Polícia Federal (PF).

“Ele chegou e disse para mim que muitas casas seriam construídas no Maranhão, que ele tinha interesse na construção dessas casas, e que se eu pudesse de alguma forma ajudá-lo, que não mexesse na equipe. Resumindo, ele disse: ‘Olha, rapaz, vamos fazer o seguinte: aqui todo mundo ganha o seu, e você não vai ficar do lado de fora. Eu te dou 10%.’”, relatou Gonçalves em entrevista ao O GLOBO.

Já na área da saúde, tivemos o escândalo na compra da vacina indiana Covaxin, uma das principais linhas de investigação da CPI da Covid, promovida pelo Senado no ano passado. O caso, que também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), reúne suspeitas de corrupção e superfaturamento no Ministério da Saúde, pelo empenho de quase R$1,6 bilhões para a compra de doses do imunizante, por um valor muito acima da média do mercado.

Além disso, o Ministério da Saúde também foi investigado por desembolsar R$30 milhões para a realização de obras em prédios da pasta no Rio de Janeiro (RJ), sem licitação. O valor empenhado com urgência, sob a justificativa da pandemia, só não foi gasto porque a Advocacia Geral da União (AGU) identificou indícios de irregularidades e impediu seu repasse. À época, o superintendente do Ministério no RJ, coronel da reserva George Divério, aliado do ex-chefe da pasta, Eduardo Pazuello, se recusou a investigar os responsáveis pelas irregularidades na dispensa de licitação.

Um inquérito aberto recentemente pela PF investiga ainda o ex-Ministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura, por um suposto esquema de pagamento de propina pelo repasse de verbas do “orçamento secreto” às municipalidades. Três prefeitos afirmaram que os líderes religiosos pediram propina para facilitar a liberação de recursos para suas cidades, em entrevista ao “Estado de São Paulo”.

Por fim, o ex-Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também foi alvo de uma investigação da PF que apura um suposto favorecimento de empresas envolvidas com o contrabando de madeira para o exterior, pela pasta. Um mês após o caso vir à tona, Salles pediu demissão do cargo, o que fez com que o inquérito fosse repassado do Supremo Tribunal Federal (STF) para a Justiça Federal do Pará.

Mesmo com a grande repercussão que tiveram todas essas denúncias e suspeitas envolvendo o governo federal, o presidente Jair Bolsonaro voltou a alegar que o “vírus da corrupção” foi “praticamente vencido” por seu governo e que "se um dia aparecer alguma coisa" irá atrás, durante cerimônia de Cumprimento aos Oficiais-Generais promovidos no Palácio do Planalto.

“Aqui é um mesclado de civis e militares que se entendem, que interagem, que têm amor à sua pátria, e querem o melhor do seu país. E essa interação se vê, inclusive, no combate a um vírus, um dos mais mortais que se teve notícia ao longo de décadas no nosso país, o vírus da corrupção. Praticamente vencido. Tenho dito, se um dia aparecer alguma coisa vamos atrás.”, disse o chefe do executivo

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