Juiz confirma arquivamento de inquérito sobre vídeo íntimo atribuído a Doria
Vídeo foi divulgado na campanha de 2018; Dória nega que seja ele nas imagens

O juiz Emílio Migliano Neto, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, aceitou na segunda-feira (14) um parecer do Ministério Público Eleitoral de São Paulo (MPE-SP) e determinou arquivamento da investigação sobre um vídeo íntimo atribuído ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB). As imagens foram divulgadas durante a campanha eleitoral de 2018.
O inquérito foi aberto em novembro de 2018 a pedido do próprio João Dória. Desde então, ele nega a veracidade do vídeo e alega ter sido vítima de difamação.
No pedido de arquivamento, o promotor eleitoral Luis Gabos Alves afirmou que encerrou o inquérito porque, após mais de três anos, não há pistas sobre a autoria do vídeo, assim como meios de investigação para encontrar o responsável por divulgar a gravação.
"Considerando que após três anos de investigação a autoria delitiva permanece ignorada e não vislumbrando outras diligências úteis que possam ser encetadas, promovo o arquivamento do presente inquérito policial", diz um trecho do ofício do juiz eleitoral.
O promotor eleitoral também contrariou no documento o núcleo de criminalística da superintendência da Polícia Federal em São Paulo, que concluiu não haver sinais de adulteração no vídeo. De acordo com o representante do MPE, há "indícios de que as imagens tenham sido adulteradas ou montadas", mas que não foi possível elucidar o responsável por manipular a gravação ou divulgá-la nas redes sociais.
Durante as investigações, policiais ouviram dois eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que admitiram ter recebido o vídeo em um grupo de WhatsApp bolsonarista; o vereador Camilo Cristófaro (PSB), que apontou uma das mulheres na gravação como assessora da Câmara Municipal; e a própria funcionária parlamentar, que negou envolvimento no vídeo.
Os investigadores cruzaram as imagens com fotos de redes sociais e fontes abertas na tentativa de identificar as mulheres que aparecem no vídeo, mas a perícia concluiu que a gravação não tem qualidade suficiente para que seja feita essa análise.
Recentemente, o governador João Dória, que é pré-candidato à Presidência, chamou o vídeo de "fraude primária" e disse ter sido vítima do "maior crime eleitoral já realizado contra um candidato na história do Brasil".