Lula revogará teto de gastos se for eleito, diz presidente do PT
Campanha de Lula não buscará ouvir "mimimi" do mercado, afirmou Hoffmann
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse que se o ex-presidente Lula vencer a eleição de 2022 irá revogar a lei que instituiu o teto de gastos, criado em 2016 durante o governo de Michel Temer. A declaração foi feita em entrevista ao blog da Malu Gaspar, do jornal O Globo.
"O teto de gastos está desmoralizado e deve ser um dos primeiros a serem liquidados. Bolsonaro fez o orçamento de guerra e muitas outras coisas fora do teto aos olhos do mercado e agora querem exigir de nós respeito ao teto?", questiona a petista
A petista também afirmou que a política de preços da Petrobras e a reforma trabalhista também estão na mira para serem revogados. Gleisi afirmou que quer demonstrar aos grandes empresários que, com Lula, o Brasil terá uma guinada à esquerda e não se preocupará com os donos do capital.
"Não tem necessidade de carta ao povo brasileiro, as pessoas já conhecem o Lula. Não precisamos mais de um Palocci”, afirma Gleisi em referência ao primeiro ministro da Fazenda de Lula, que tinha como uma de suas virtudes o trânsito fácil no empresariado.
Gleisi afirmou que Lula não ouvirá "mimimi" do mercado. No entanto, o presidente Lula buscará alguém com perfil empresarial, e não um "guru" que acalme o mercado.
"A única coisa que não vamos fazer é quebrar contratos, como o Bolsonaro fez com os precatórios. O resto nós vamos fazer. E não tem mimimi do mercado. Um país que não tem dívida externa, que tem este mercado consumidor não pode ter o povo com fome e sem renda”.
A presidente do PT também afirmou que, diferente do que o partido fez em 2002, na eleição deste ano não haverá uma "Carta ao povo brasileiro". Na primeira eleição de Lula para a Presidência, o partido divulgou uma carta onde assume responsabilidades e afirma que faria um governo voltado para o social, mas sem deixar de lado a responsabilidade fiscal.
Segundo Gleisi, a eleição de 2022 é mais ideológica que política. Por conta disso, segundo a presidente, o partido tem que dizer claramente o seu ponto de vista sobre a economia, mesmo que isso assuste potenciais aliados, como Geraldo Alckmin, ventilado como vice ideal para Lula.
“Ele conhece o que pensamos e o que defendemos, nunca escondemos nossas posições", reforça Gleisi. Ela também diz que o povo brasileiro "já conhece Lula", e isso seria mais um motivo pelo qual não há necessidade de divulgar uma carta expondo as ideias do partido.