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De novo! Vereadora Benny Briolly recebe novamente ameaças de morte

Novos e-mails chegaram para ela na última quarta-feira (22)

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de dezembro de 2021 - 19:50
Benny é a primeira travesti eleita no estado do Rio de Janeiro
Benny é a primeira travesti eleita no estado do Rio de Janeiro -

A vereadora Benny Briolly (PSOL) representa, na Câmara Municipal de Niterói, as mais diversas mulheres niteroienses, incluindo as trans, as cis, as negras e as brancas. A vereadora foi a mulher mais votada do município em 2020. Mas, mesmo assim, ela tem vivido dias de pesadelo constante. Isso porque Benny vem recebendo ameaças de morte, além de ser xingada com insultos racistas e homofóbicos. Todas as ameaças estão sendo direcionadas para o e-mail da vereadora e mais quatro desses e-mails chegaram para Benny na última quarta-feira (22). 

Esta foi a segunda vez nesta semana que Benny recebeu ameaças do tipo. No último domingo (19), a vereadora recebeu um outro e-mail com o título “Já estou contando as balas”, contendo mais ameaças. Benny se dirigiu até a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, no Centro do Rio, na última segunda-feira (20), para denunciar esses crimes contra ela.

Em algumas mensagens que o jornal O Globo teve acesso, os criminosos que ameaçavam Benny diziam coisas como: "Meu nome é.... e sou um racista assumido, vocês pretos adoram se vitimizar e achar que qualquer coisa é racismo agora? Vamos ver se você vai achar isso quando eu descarregar minha arma na sua cara. Aberração". Um outro e-mail diz o seguinte: "Benny Cinderela... seu petista de me*** !! Vai falar me*** pro teu pai o Luladrão ! Aqui ninguém tem o rab* preso com vocês do PT! Puxas saco F.D.P.. aproveitando vou deixar um recado para você e tua raça de petistas... vai pro infern* seu me***". 

Vale lembrar que Benny é uma mulher trans e, por isso, para se referir à ela, utiliza-se o pronome feminino (ela/dela), o que não ocorre nesses e-mails.

A parlamentar contou, em outra ocasião, que recebe esse tipo de ameaça desde quando era assessora da deputada federal Taliria Petrone. As ameaças continuaram depois que ela anunciou sua candidata e, em seguida, quando ganhou as eleições, se tornando a primeira travesti eleita no estado do Rio de Janeiro.

"É lamentável, triste, desesperador, mais uma ameaça, ameaças e ameaças, e não ter nenhuma resolução, nenhum parecer dos órgãos competentes para poder dizer de onde vêm as ameaças, de onde elas partem, não ter nenhuma estrutura de segurança do Estado brasileiro. É ser impedida, ser silenciada e não poder ter meu exercício parlamentar, é ficar à mercê de um estado e ao mesmo tempo da ausência das políticas de proteção da minha integridade, minha segurança, mesmo depois de saber que minha amiga de partido Marielle Franco foi executada e até hoje nós não temos uma resposta sobre isso", lamentou Benny anteriormente.

Sobre o caso atual, Benny afirmou que continua denunciando a situação, mas não recebe apoio de outros órgãos competentes. Benny pede uma escolta policial, mas, até então, não conseguiu a ajuda. No momento, a proteção policial que Benny possui é a permanência de um carro com agentes em frente à casa onde mora e na Câmara de Niterói.

“Infelizmente, mais uma vez, meu corpo está em ameaça. Tenho minha carreira política construída a partir da defesa dos direitos humanos. Entrar no parlamento e defender aqueles e aquelas que estão sobre a marginalização da velha política é uma missão. Não posso parar Mas preciso de segurança para exercer meu direito político", diz Benny Briolly

No início do ano, Benny chegou a deixar o país por orientação do seu partido para proteger sua vida. Uma das mensagens enviadas à vereadora trazia o endereço de sua residência à época. No exílio, a vereadora foi incluída no Programa de Proteção de Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos. Ela voltou ao Brasil em maio, depois que o Programa garantiu sua segurança acionando órgãos do território nacional.

A Polícia Civil informou que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância está investigando o caso sob sigilo e um inquérito já foi aberto. A polícia pediu a quebra telemática das pessoas que enviaram as mensagens para Benny para, assim, identificar os acusados. 

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