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Líderes de diversos cultos participam de seminário Expo Religião, na Alerj

Alerj tem em andamento a CPI da Intolerância Religiosa

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 14 de setembro de 2021 - 07:18
Seminário aconteceu nesta segunda-feira
Seminário aconteceu nesta segunda-feira -

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) reuniu lideranças religiosas e representantes governamentais no Terceiro Seminário Inter-Religioso do Instituto Expo Religião, nesta segunda-feira (13/09). Na abertura do evento, o presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), disse que o Parlamento está engajada nas ações que combatam a intolerância religiosa.

“Vivemos um momento difícil no Brasil e no mundo e a Alerj dá um exemplo de harmonia e de congraçamento quando reúne todos esses representantes. A Casa é de vocês, por favor, sintam-se à vontade para usar esse espaço para debater um assunto tão importante”, declarou Ceciliano no início do evento.

CPI da Intolerância Religiosa

Alerj tem em andamento a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de intolerância e racismo religioso, presidida pela deputada Martha Rocha (PDT). Durante o seminário, representantes perguntaram à parlamentar sobre qual deverá ser o encaminhamento da comissão ao fim dos trabalhos. Martha antecipou que a CPI está traçando um diagnóstico desses crimes no Rio e pretende criar um rito de estratégias para combater a intolerância no estado.

“Já identificamos, por exemplo, a necessidade da interiorização da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e a formulação de um Plano Estadual de Enfrentamento à Intolerância”, disse.

A parlamentar, que foi chefe de Polícia Civil no estado, ressaltou que profissionais de segurança pública precisam ter uma escuta diferenciada. “A pessoa não pode se sentir revitimizada quando chega à delegacia. Também me chama muito a atenção a dimensão dos casos narrados na CPI e isso está no nosso radar”, afirmou.

Educação religiosa

Há dez anos comandando o Instituto Expo Religião, Luzia Lacerda, destacou a necessidade de debater nas escolas a origem de todas as religiões praticadas no país. “Os professores de ensino religioso precisam apresentar a história de cada religião e não só das religiões majoritárias. A nossa ideia é propor ao Governo do Estado que seja aplicado um Workshop para discutir o tema aprofundado nas salas de aula”, afirmou.

Em resposta, a coordenadora de Ensino Religioso, da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), Maria Beatriz Leal, afirmou que o programa curricular trata da liberdade religiosa e trabalha com diversos dogmas. “O currículo foi todo construído por professores de diversos credos. Mas só isso não é o suficiente para combater a intolerância, por isso, desenvolvemos alguns projetos, entre eles, o “Educação Mais Humana”, que trata da liberdade religiosa, do racismo e da diversidade, ampliando para outras violações; e o projeto “Para Nunca Esquecer”, que trata do Holocausto”, pontuou.

Ela ainda informou que a rede estadual conta com cerca de 600 professores de ensino religioso e que o credo do profissional não é critério para contratação. Beatriz disse que quando os professores assumem o cargo na rede de ensino, eles são informados que a pauta curricular é ampla.

“Eu só sei a religião desse docente quando chega alguma demanda e preciso fazer esse levantamento. Esses profissionais entram por concurso. A maioria é de católicos e evangélicos, sinal de que é preciso entender a história do nosso país e buscar soluções para democratizar essa estatística", explicou a coordenadora.

O líder mulçumano xiita, Carlos Macedo, acrescentou que a informação e o debate sobre as religiões também precisam chegar aos ambientes corporativos.

“Estamos falando da necessidade de uma sociedade harmoniosa. Deveríamos trazer para a mesa corporativa discussões sobre o tema. Ainda existe muito preconceito com determinadas religiões, principalmente quando a vestimenta se diferencia da tradicional, o que prejudica na contratação de muitos religiosos”, relatou.

Mídia e a Intolerância

A jornalista Flávia Oliveira destacou que é preciso uma sensibilização das empresas jornalísticas em relação à riqueza religiosa do país. “Festejo a superação de uma visão estereotipada e folclórica de muitas religiões, mas ainda me ressinto da falta de uma cobertura mais profunda e que reconheça as potências de todas as religiões. Isso precisa ser revisto na base, na educação. Nem na faculdade de jornalismo esses assuntos são tratados e essa abordagem precisa ser feita previamente com estudo, para que não se tenha desinformação ao dar uma notícia”, ponderou Flávia.

Cultura

Criar uma Mostra Musical ligando religião e cultura foi uma das ideias propostas pelo presidente da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), José Roberto Gifford. “Nosso objetivo é promover a cultura e informar. Vamos continuar escutando a todos e pensando em novos projetos. Se queremos atuar contra a intolerância não podemos atuar sozinhos. Vocês estão aqui para nos ajudar. A Funarj é de quem quiser acessar, usem e abusem desse espaço”, concluiu Gifford.

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