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Governo federal deixa vencer R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios

Itens serão incinerados

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 06 de setembro de 2021 - 15:17
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Marcelo Queiroga
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Marcelo Queiroga -

O Ministério da Saúde deixou vencer um estoque de medicamentos, vacinas e outros itens de saúde avaliados em mais de R$240 milhões. Os produtos, que serão enviados ao cemitério de insumos do SUSP, em São Paulo, serão incinerados. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. 

De acordo com o levantamento ao qual a Folha teve acesso, são mais de 3,7 milhões de itens que começaram a vencer há mais de três anos. Maior parte do material não foi utilizado e passou da validade durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na lista de itens que serão incinerados estão, por exemplo, 820 mil canetas de insulina, suficientes para 235 mil pacientes com diabetes durante um mês, no valor de R$ 10 milhões.

O levantamento também mostra que houve perda de frascos para aplicação de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B (quase 6 milhões de doses), varicela, entre outras doenças, no momento em que despencam as taxas de cobertura vacinal no Brasil. Apenas esse lote é avaliado em R$ 50 milhões.

Os produtos vencidos também seriam destinados a pacientes do SUS com hepatite C, câncer, Parkinson, Alzheimer, tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide, transplantados e problemas renais, entre outras situações. Além disso, foram também perdidos cerca de 2 milhões de exames RT-PCR para a Covid-19, avaliados em mais de R$ 77 milhões. Também houve perda de produtos dos programas DST/Aids, principalmente testes de diagnósticos, avaliados em R$345 mil, além de R$ 620 mil em insumos para prevenção da malária.

De acordo com a Folha, dados internos do governo mostram que devem ser incinerados mais de R$ 32 milhões em medicamentos comprados por ordem da Justiça. A maior parte desses fármacos é de alto custo e para tratamento de pacientes de doenças raras. No meio desse estoque vencido, há um frasco-ampola de nusinersena, avaliado em R$ 160 mil, e 908 frascos de eculizumab, que custaram R$ 11,8 milhões. Ambos são medicamentos usados em dois dos tratamentos mais caros existentes.

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