Ministério da Saúde publica suspensão de contrato com fornecedora da vacina Covaxin
Negociações com a Precisa são alvos de investigação pela CPI da Covid
O Ministério da Saúde rescindiu o contrato com a Precisa Medicamentos para o fornecimento de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. A decisão, publicada nesta sexta-feira (27) no Diário Oficial da União, cita a "rescisão unilateral" por parte da pasta.
As negociações do governo com a Precisa Medicamentos estão sendo investigadas na CPI da Covid no Senado. De acordo com denúncias, servidores públicos foram pressionados por autoridades do Ministério da Saúde para agilizarem o contrato com a farmacêutica, mesmo este sendo o imunizante mais caro contratado pela pasta, valendo R$ 80,70 cada dose, além de ter a negociação mais rápida entre todas as vacinas contratadas.
Em junho, a pasta suspendeu o contrato após denúncias feitas na CPI da Covid. Na época, o Ministério da Saúde argumentou que a empresa não havia cumprido cronograma acordado e que não havia passado pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Depois, em julho, o ministro confirmou o cancelamento do contrato, que tinha o valor de R$ 1,6 bilhão.
Ainda em julho, o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner do Rosário, afirmou que foi feita uma auditoria no contrato e foi concluído que não houve corrupção na compra da vacina. Ele também afirmou que o ritmo da negociação não foi atípico.
"Não houve nenhuma celeridade indevida. A verificação clara de que a situação da pandemia justificava o rito célere que foi adotado e o mais importante a se esclarecer: toda a celeridade do processo está especificada nos despachos", disse Rosário na época.
Porém, a auditoria da CGU mostrou que dois documentos apresentados pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde foram adulterados. As informações foram encaminhadas à Polícia Federal.