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Deputada invade CPI da Pandemia e sessão é suspensa

Senadores acusaram Carla Zambelli de tentar intimidar a comissão

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de maio de 2021 - 15:52
Carla Zambelli não é membro da comissão
Carla Zambelli não é membro da comissão -

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) tentou invadir a sessão da CPI da Pandemia, que se reuniu nesta quarta-feira (12) para ouvir o ex-secretário de comunicação do governo, Fábio Wajngarten. A reunião foi suspensa e senadores pediram para que a parlamentar deixasse o local. 

Os senadores acusaram Carla Zambelli, que não é senadora e nem faz parte da comissão, de estar no local para tentar intimidar o trabalhos dos parlamentares. Ela negou as acusações e afirmou que estava ali para representar as mulheres. 

Vídeos registraram o momento em que a deputada tenta interferir no processo de oitiva, onde ela faz diversos comentários sobre a forma de condução do depoimento de Wajngarten e chega a discutir com o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Houve grande expectativa para o depoimento do ex-secretário de comunicação do governo após ele ter feito críticas ao Ministério da Saúde e ao ex-ministro Eduardo Pazuello em entrevista à revista Veja, em abril deste ano. Ele teria afirmado que houve "incompetência" e "ineficiência" no processo de negociação com a farmacêutica Pfizer para aquisição de doses da vacina.

No entanto, ao ser questionado pelos senadores, Wajngarten negou que tenha feito esse tipo de declaração para a revista Veja. Antes de começar a responder às perguntas, ele fez a leitura de um texto onde se reafirmou enquanto religiosos e disse que se aconselha com os líderes religiosos Silas Malafaia e R.R Soares.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o relator Renan Calheiros demonstraram descontentamento ao longo do depoimento de Wajngarten, que se esquivou de diversas pergunta feitas pelos parlamentares. Os líderes da comissão disseram que Wajngarten está "exagerando na mentira" durante o depoimento. 

"Você chamou o Pazuello de incompetente na revista, você disse que a Pfizer tinha cinco escritórios de advocacia e o governo estava perdido... É essa a única razão. Ninguém nem chamaria o senhor aqui. Não tinha porque chama-lo. O senador Renan está sendo muito claro, e aí eu peço até para as pessoas que apoiam o governo, ele nem seria chamado. Foi chamado porque deu uma entrevista e se ofereceu para estar aqui", continuou o presidente da CPI. 

"E ele está aqui tangenciando sobre as perguntas. Depois a gente toma uma medida mais radical, e aí vão falar que somos isso e aquilo. Por favor, não menospreze a nossa inteligência, ninguém é imbecil aqui", afirmou Aziz. "O senhor está mentindo para todos nós." 

De acordo com o artigo 202 do Código Processual Penal, o convocado por comissões parlamentares de inquérito (CPI) que mentir ou não responder às perguntas formuladas pelos parlamentares durante depoimento ao colegiado poderá ser condenado a prisão.

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