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Presidente da Anvisa confirma que houve reunião para tentar mudar bula da cloroquina

Barra Torres teria dito que a proposta "não tinha cabimento"

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de maio de 2021 - 13:50
Presidente da Anvisa prestou depoimento à CPI da Pandemia
Presidente da Anvisa prestou depoimento à CPI da Pandemia -

Durante depoimento à CPI da Pandemia, nesta terça-feira (11), o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, confirmou que houve uma reunião no palácio do Planalto para tentar mudar a bula da cloroquina por decreto presidencial. 

Durante sua fala, Barra Torres disse que se manifestou contra a mudança da bula e afirmou que a medida não teria cabimento dentro das regras sobre medicamentos em vigor no Brasil. A possibilidade de alteração através de decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro para tentar incluir a Covid-19 entre as recomendações da cloroquina foi revelada pelo ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, em depoimento à CPI. Ele afirmou que a reunião aconteceu no ano passado, quando ele ainda estava no cargo. 

“Quando houve uma proposta de pessoa física de fazer isso, me causou uma reação um pouco mais brusca, eu disse: 'olha, não tem cabimento, não pode’. E a reunião inclusive nem durou muito mais depois disso”, afirmou Barra Torres, ao ser questionado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI. 

Barra Torres também respondeu sobre quem teria participado da reunião e disse que se recorda da presença do ex-ministro Mandetta, o general Braga Netto (Casa Civil), a médica Nise Yamaguchi e um outro médico que ele não soube identificar. Ele disse que não tem registros em sua memória sobre a presença dos ministros Jorge [Oliveira] e [Luiz Eduardo] Ramos.”

“Esse documento foi comentado pela doutora Nise, o que provocou uma reação até um pouco deseducada ou deselegante minha, muito imediata, de dizer que aquilo não poderia ser –  talvez não seja do conhecimento de vossas excelências, mas só quem pode modificar a bula de um medicamento registrado é a agência reguladora daquele país, mas desde que solicitada pelo detentor do registro”, explicou.

Questionado, Barra Torres não soube identificar quem propôs a realização da reunião para discutir o assunto. “Não tenho a informação de quem foi o autor, quem criou, quem teve a ideia. A doutora Nise, de fato, perguntou sobre essa possibilidade e, digamos, pareceu estar mobilizada com essa possibilidade”, afirmou. 

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