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Após a decisão do STF, Bolsonaro reforça defesa por igreja e templos abertos

Supremo determinou que proibição de missas e cultos presenciais não viola a Constituição

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de abril de 2021 - 12:15
Sem trazer dados científicos, Bolsonaro defendeu a abertura de igreja e templos em meio à pandemia da covid-19
Sem trazer dados científicos, Bolsonaro defendeu a abertura de igreja e templos em meio à pandemia da covid-19 -

Em entrevista à CNN, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reforçou a sua defesa pela abertura de igrejas e templos, nesta quinta-feira (08), após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza prefeitos e governadores a proibirem missas e cultos presenciais na pandemia.

"Tem que dar a chance de o ser humano se recompor, se confortar, pegar uma palavra de apoio", disse o presidente, na entrevista. A fala vem no contexto em que o Brasil chegou a registrar mais de 4 mil mortes nos últimos dias.

Bolsonaro alegou que a chance de transmissão do coronavírus nesses locais é "quase zero", caso as medidas de distanciamento sejam respeitadas. Essa fala contraria os estudos científicos realizados.

No julgamento desta quinta-feira (08), o STF tomou a decisão, por 9 votos a 2, de manter o entendimento de Gilmar Mendes de que a proibição de realização de missas e cultos presenciais não viola a Constituição, já que a medida, determinada por governadores e prefeitos, tem o objetivo de proteger as vidas em meio à piora da pandemia.

No entanto, Bolsonaro criticou a decisão do Supremo e citou o artigo 5° da Constituição, levando em conta a liberdade religiosa.

"(O artigo) está lá pertencendo a um capítulo das cláusulas pétreas. Não pode ser modificado nada ali. Nada, zero", afirmou o chefe do Executivo. "Respeito completamente a nossa Constituição. Não tem um pingo fora das quatro linhas da mesa. Seria bom se todo mundo jogasse dentro das quatro linhas", acrescentou o mandatário.

Pesquisas científicas do exterior já apontaram os riscos de propagação do novo coronavírus com a realização de missas e cultos presenciais. Segundo os cientistas, essas reuniões combinam fatores que facilitam a transmissão do vírus, como juntar um grande número de pessoas em espaços fechados ou promover atividades que aumentam a possibilidade de contaminação.

Para justificar a necessidade de abertura das igrejas e templos, Bolsonaro argumentou sobre um suposto aumento nos casos de suicídio, ainda sem citar dados científicos.

"Quase diariamente eu vejo no WhatsApp suicídio. Coisa que não existia com essa frequência", disse. "Geralmente, o cara quando está em uma situação depressiva procura a Deus. E ele procura onde? Na Igreja. No templo. E o templo está fechado", completou.

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