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Vereadora trans denuncia tentativa de agressão por parte de vereador bolsonarista

“Chorei, senti medo, mas não recuei”, disse Benny Briolly

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 26 de março de 2021 - 12:05
A vereadora Benny Briolly afirmou que o vereador Douglas Gomes tentou agredi-la fisicamente
A vereadora Benny Briolly afirmou que o vereador Douglas Gomes tentou agredi-la fisicamente -

A vereadora Benny Briolly (PSOL-RJ), do município de Niterói, revelou que o vereador bolsonarista Douglas Gomes (PTC-RJ) tentou agredi-la fisicamente, nesta quinta-feira (25). O episódio teria acontecido mais cedo no plenário da Câmara Municipal.

“Hoje fui agredida com transfobia, racismo e quase fisicamente pelo vereador fascista Douglas Gomes, que segurado pelos meus companheiros de bancada para que não me encostasse. Foi horrível e doloroso!”, escreveu a vereadora, no Twitter. “Chorei, senti medo, senti a dor de ser mulher negra e trans na política, mas não recuei. Companheiras me ajudem porque eu não posso andar só!”, acrescentou.

Resposta do vereador no Twitter
Resposta do vereador no Twitter |  Foto: Reprodução/Twitter
 
Publicação da vereadora no Twitter
Publicação da vereadora no Twitter |  Foto: Reprodução/Twitter
 

Em nota encaminhada à revista Fórum, a equipe da vereadora alega que a parlamentar fazia protestos contra o fato de Douglas Gomes integrar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. De acordo com políticos do campo progressista, Gomes teria insultado os direitos humanos com gestos e declarações, em diversas situações.

“Queria fazer uma denúncia de um crime que está sendo cometido, porque liberdade parlamentar não é legitimidade para cometer crime. Aqui nesta Casa o vereador trouxe uma arma de fogo,  fez um post afirmando que é contra a vacinação contra Covid-19, tem um chefe de gabinete que atirou um rojão em minha companheira Walkíria Nitcheroy. Além de defender nitidamente em suas redes sociais o coronel Ustra”, afirmava Benny antes do vereador bolsonarista iniciar os supostos ataques.

De acordo com a vereadora, Gomes se dirigiu ao microfone e a chamou de “vagabundo, moleque, seu merda e mentiroso”. Depois disso, teria partido a tentativa de agredi-la fisicamente. Devido à situação, colegas de bancada de Benny teriam necessitado intervir para impedir a investida do vereador e a sessão foi encerrada.

A equipe da vereadora, depois disso, divulgou um vídeo com a fala dela na sessão e emitiu um comunicado com detalhes do ocorrido, no Instagram.

"A vereadora Benny Briolly defendia a retirada do bolsonarista Douglas Gomes da Comissão de Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente, na sessão desta última quinta-feira, 25, após mais uma vez sofrer diversas agressões verbais transfóbicas, racistas e misóginas. O vereador do PTC, que já acumula diversas polêmicas dentro da casa legislativa, quebrou mais uma vez o decoro parlamentar ao tentar agredir fisicamente a vereadora do PSOL. Antes do desfecho, Douglas foi ao microfone chamar a vereadora de "vagabundo, muleque, seu merda e mentiroso". Professor Túlio, colega de bancada, precisou intervir na situação", afirma o comunicado.

Em resposta à publicação da vereadora, Douglas rebateu, também no Twitter: “Mentiroso!!! Respeito quem me respeita, moleque!”.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) também comentou o caso pelas redes sociais e prestou solidariedade à vereadora.

“A vereadora @BennyBriolly foi agredida hoje por um bolsonarista dentro da Câmara Municipal de Niterói. “Além de chamá-la pelo nome masculino, o vereador tentou agredi-la fisicamente. Ele precisa ser responsabilizado. Transfobia e violência contra mulher são crimes. Força, irmã!”, disse Talíria.

Benny Briolly é a primeira mulher trans a ser eleita para a casa legislativa de Niterói, com 4.367 votos. Douglas Gomes foi eleito com 2.416 votos.

O OSG entrou em contato com o vereador Douglas Gomes. O parlamentar enviou um comunicado a respeito do caso.

"Diariamente, sou chamado de fascista, racista e genocida. Ontem, além dessas injúrias, fui chamado de moleque pelo vereador Bennio, bem como pelo vereador Túlio, ambos do PSOL. A bancada se irritou, pois eu apresentei uma moção de repúdio, que foi aprovada, para o MTST, que cometeu um ato criminoso, fechando a RJ-104, ateando fogo em pneus, impedindo o ir e vir das pessoas e, inclusive, pondo a vida das pessoas em risco.Em nenhum momento agredi nenhum vereador, inclusive, já conversei com diversos parlamentares que estavam presentes na sessão de ontem, que foi transmitida ao vivo pela casa.A denúncia é totalmente infundada e o nosso jurídico já está tomando as devidas providências referentes as calúnias publicadas pelo parlamentar e divulgadas por alguns veículos de imprensa."

A vereadora também foi procurada e confirmou as informações.

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