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Saúde está literalmente ‘no CTI’ no hospital municipal

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 18 de outubro de 2016 - 11:45
Vera Lúcia Ferreira ficou revoltada porque os funcionários não atenderam seu tio, José Inocêncio
Vera Lúcia Ferreira ficou revoltada porque os funcionários não atenderam seu tio, José Inocêncio -

Por Marcela Freitas

A falta de médicos está deixando os pacientes de Itaboraí ‘doentes’. Desde a última quinta-feira, quem procura o Hospital Municipal Desembargador Leal Junior (HMDLJ) é orientado a buscar outras unidades, devido à falta de especialistas. A carência de profissionais tem atingido também o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Na manhã de ontem, apesar de manter as portas da unidade aberta, O SÃO GONÇALO, flagrou vários pacientes sendo orientados a buscar atendimentos em outras cidades.

A técnica de enfermagem Vera Lucia Ferreira da Silva, 52 anos, acompanhava o tio José Augusto Pereira Inocêncio, de 67 anos, portador de uma úlcera de pressão, que precisava de avaliação de seu ferimento que estava com larvas. Apesar da gravidade do caso, Vera foi informada que apenas casos de extrema urgência seriam atendidos.

“Há uma semana estou buscando atendimento para ele e não consigo. Já fui a várias cidades. Hoje retornei a esse hospital, mas eles falam que não há cirurgião para avaliar o caso. Meu tio está correndo o risco de perder a perna. Procurei a delegacia e vou fazer valer meus direitos. Não posso deixar que ele perca o membro por falta de atendimento digno. Nada aqui é de graça. Pago como contribuinte”, reclamou.

A dona de casa Rosania Maria Marques Chagas, de 57 anos, também não conseguiu a avaliação de um especialista.

“Estive aqui ontem em busca de um clinico-geral e não consegui. Como faço tratamento no Caps, fui em busca de médicos lá e também não há. Retornei ao hospital e a resposta é a mesma: volte na próxima semana”, contou.

A aposentada Maria Trintim, 52 anos, estava com uma forte enxaqueca, mas não conseguiu atendimento na unidade. “A saúde de Itaboraí está abandonada. O povo foi esquecido. Faço tratamento no Caps é a mais de seis meses estamos sem psicólogos. Este é o maior hospital da cidade e não tem nem um clínico geral. É uma vergonha”, revoltou-se.

Em nota, a prefeitura de Itaboraí informou que O HMDLJ é uma unidade de urgência e emergência. Segundo o órgão, o serviço demandado pelo paciente José Augusto não se enquadra nessas duas classificações. O local a ser buscado seria a Policlínica Municipal, ao lado do hospital, orientação que foi dada ao paciente. A prefeitura confirma que a unidade foi fechada na última quinta-feira, das 20h às 22h. Ainda segundo o órgão, alguns médicos pediram afastamento dos quadros do HMDLJ.

A Prefeitura informou ainda que busca a contratação de novos profissionais. Segundo a assessoria, não faltam remédios e insumos na unidade.

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