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Empresa nega risco de rompimento em barragem do aterro de SG

Unidade fica localizada no bairro Anaia Pequeno

relogio min de leitura | Escrito por Claudionei Abreu* | 29 de dezembro de 2020 - 16:16
Unidade fica localizada no bairro Anaia Pequeno
Unidade fica localizada no bairro Anaia Pequeno -

Moradores do Anaia Pequeno, em São Gonçalo, começaram a usar as redes sociais para denunciar um suposto risco de rompimento em uma das barragens da lagoa de estabilização de chorume do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), localizado no bairro. A mensagem divulgada na internet logo ganhou repercussão e começou a preocupar a população da região, que teme ver cenas como as de Brumadinho (MG).

"A lagoa de estabilização de chorume é normal ter em um aterro sanitário, mas o que parece é que ela está próximo a cota de transbordo. Sabendo como SG é, e o descaso das autoridades públicas, há uma tragédia eminente", escreveu uma leitora. 

Além de apontar esse risco, a população reclama do forte odor do local. No dias de maior calor, o mau cheiro pode ser sentido até nos bairros vizinhos. A população pediu mais atenção das autoridades para o problema.

"Essa barragem está trazendo um desconforto muito grande, principalmente para os idosos que moram perto. Tem muito idoso doente porque estão inalando o mau cheiro", escreveu outra leitora.

Em nota enviada para O SÃO GONÇALO, a empresa Orizon Valorização de Resíduos, que administra o local, afirma que não existe qualquer risco de rompimento.

"A Estação de Tratamento de Chorume (ETC) da Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Alcântara opera em perfeitas condições e não há, portanto, nenhuma ocorrência ou risco de vazamento de quaisquer materiais provenientes da CTR nem tampouco de rompimento de qualquer estrutura", afirma.

Sobre a lagoa que represa o chorume, que é a principal preocupação de moradores, a empresa afirmou que realiza monitoramento constante.

"A lagoa de chorume (que em nada se assemelha a uma barragem de rejeitos de mineração) é uma obra de engenharia e monitorada constantemente. O local acumula o chorume antes deste ser levado à Estação de Tratamento de Efluentes. Portanto, não se trata de um depósito e, sim, de parte do processo de tratamento do resíduo", diz.

A empresa explica ainda que o chorume é tratado e reutilizado nas instalações do próprio aterro.

"A célula do CTR São Gonçalo conta ainda com um sistema de drenagem de chorume (líquido derivado da decomposição do lixo), gás e águas pluviais, o que garante total segurança do processo e impede a contaminação do solo e do lençol freático. A companhia entende sua responsabilidade em apoiar a transformação completa do resíduo e seu descarte de forma correta, sem gerar passivo ambiental. Por isso, investiu na implantação de uma Estação de Tratamento de Efluentes que usa um método físico para tratar o chorume – algo ainda muito pouco feito nos aterros sanitários de todo o país. Por meio de osmose reversa, com equipamentos de última geração e seguindo os mais altos padrões de exigências dos órgãos ambientais, o sistema utiliza nanofiltração com alta pressão para filtrar o chorume por micromembranas, que só deixam passar as moléculas de água. O chorume se transforma, então, em água pura e destilada", conclui.

A empresa não comentou sobre o forte odor do local e não disse quais medidas são tomadas para amenizar ou solucionar esse problema que afeta os moradores. 

O jornal O SÃO GONÇALO também pediu à Prefeitura de São Gonçalo um posicionamento sobre as críticas dos moradores do bairro Anaia Pequeno. Em nota, sem dar maiores detalhes, o poder executivo afirmou que "a Subsecretaria de Limpeza Urbana informou que enviou uma equipe ao local para avaliar a situação e encaminhou ofício ao Inea, órgão estadual responsável por esta fiscalização, para resolver o problema."

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que o local opera de acordo com a legislação ambiental e que fará uma nova vistoria. 

"O Inea informa que  a última vistoria realizada  na Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Alcântara, localizada no bairro Anaia, em São Gonçalo, foi em outubro de 2019. Na ocasião, a equipe técnica constatou que o empreendimento operava em acordo com a legislação ambiental. O mesmo possui Estação de Tratamento de Chorume com capacidade para tratar 120 mil litros de chorume por dia. Na época, os técnicos constataram que as lagoas com armazenamento de chorume recebiam o devido tratamento. A empresa Haztec, que opera a CTR, solicitou ao Inea a Autorização Ambiental (AA) para efetuar melhorias na referida Estação de Tratamento de Chorume, aumentando a capacidade de tratamento. A mesma foi concedida em 16 de dezembro de 2020. A equipe técnica fará uma nova vistoria no referido local."

*Estagiário sob supervisão de Thiago Soares

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