Impactados pela pandemia! Veja como as pessoas celebrarão Natal e Réveillon mantendo o isolamento social
Confira dicas para evitar se colocar em risco no meio da pandemia

O Natal e o Ano Novo são momentos de celebração com amigos e parentes. É quando todo mundo se reúne para comemorar junto mais um ano que se passou. Porém, em 2020, as coisas serão diferentes, segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos feita neste final de ano, que abrange 16 países, incluindo o Brasil. Os resultados do estudo mostram que poucos serão aqueles que se reunirão numa mesa para comemorar o Natal. Em seus resultados, o Ipsos percebeu que 59% das pessoas celebrarão as festas de fim de ano de uma forma diferente do que celebraram nos anos anteriores. O estudo ainda aponta que quando o entrevistado tem filho, esse número aumenta para 62%. Esse é o caso de muitos outros brasileiros que querem se proteger do coronavírus, que já causou a morte de mais de 189 mil pessoas no Brasil, mas também desejam um pouco de felicidade e distração nessas festas de fim de ano.
Além disso, a mesma pesquisa mostra que apenas 33% das pessoas seguem animadas para as celebrações de 2020, enquanto outras 33% estão desanimadas e 34% não souberam responder. Sobre as celebrações ao redor da mesa, 35% das pessoas disseram que esta só ocorrerá quando eles forem vacinados contra o coronavírus. Pensando nisso, a estudante de jornalismo e gonçalense Thaís Gesteira mudou os planos para ainda celebrar com sua família sem colocar ninguém em risco no Natal. Ela, que tinha o costume de estar com sua família no Natal, celebrando com ceias, bingos e todo o tipo de festa que unia os parentes, vai realizar uma celebração mais intimista com sua mãe e seus dois irmãos nesta pandemia.
"Todos os anos a gente se reunia, com todas as minhas primas. Fazíamos amigo oculto, ceia, tinha até um bingo, alguém sempre se vestia de Papai Noel... era festa real e no dia 25 recebíamos parentes de longe, ficávamos o dia na piscina e inventando brincadeiras, como balões cheios de água. Mas, por causa do coronavírus, eu, minha mãe e meus dois irmãos resolvemos passar o Natal isolados e, por isso, alugamos um sítio pela internet. Lá, vamos celebrar com um jantar, e passar o dia do Natal. Vamos no dia 23 de dezembro e voltamos no dia 27", afirmou a estudante de jornalismo de 27 anos.
Os motivos para esta mudança seguem a ideia de uma busca por proteção nesta pandemia. "Minhas primas não respeitam a quarentena, enquanto eu e meus irmãos não saímos de casa desde março, além disso, minha mãe e tia são do grupo de risco e temos medo, também não queremos aglomerar e não nos sentimos confortáveis para ficarmos sem máscara perto de ninguém. Estamos animados com a viagem, mas com o coração partido por cancelar a reunião de costume. Minhas primas mais novas Duda e Bia, de 7 e 4 anos, estão arrasadas, elas mandam áudio falando que queriam que nossa família se reunisse. Ainda pensamos em mil formas de nos reunir, mas não seria possível, então, em outubro, decidimos alugar o sítio", contou a gonçalense que afirma que a família sempre foi unida.
Já nas festas de Ano Novo, algumas celebrações também mudaram, ou melhor, foram reprogramadas. Este foi o caso de Leonardo Almeida, de 21 anos, que é aluno de publicidade da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele nasceu em Minas Gerais, mas se mudou para Niterói em 2017. Léo conta que vai celebrar a virada do ano com seus amigos de uma forma mais pessoal, apesar de seus planos iniciais não terem sido esses.
"O meu Natal eu já ia passar só com minha família mais próxima, mas Ano Novo geralmente vamos para a praia e fazemos uma festa em casa após a meia-noite, mas a pandemia impactou isso. Agora, vamos nos dividir aqui em casa. Eu vou passar com um grupo pequeno de amigos em Niterói e meus pais com os amigos deles em Minas. Eu chamei 6, 7 amigos para celebrarmos aqui", disse o estudante de publicidade.

Léo conta o que ele e seus amigos planejaram para comemorar a virada do ano. "A gente decidiu isso mês passado. A ideia é irmos no mercado após o Natal e comprar uns petiscos, bebidas e umas carnes para fazermos um churrasco no dia 01 de janeiro. Meus amigos vão chegar no dia 31 e celebraremos juntos até o dia 03, no domingo seguinte. Antes de termos essa ideia, queríamos ir para Búzios, mas a pandemia não melhorou para fazermos a viagem. É frustrante, mas eu estou feliz de ter encontrado uma forma de ficar junto com meus amigos nesse momento", afirmou Léo.
O cancelamento dos fogos da virada do ano que sempre ocorrem em Copacabana alterou a vida de Paula Foit, que se formou em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense em 2019. Até então, ela, que mora em Copacabana, estava acostumada a receber a família em sua casa para que todos pudessem ver a queima dos fogos na praia na virada do ano, mas, em 2020, com a pandemia, a produtora cultural resolveu não aglomerar e "sair de sua zona de conforto", por isso, em outubro, ela e seu namorado, junto com mais dois casais de amigos, decidiram se isolar em uma casa em Cabo Frio para comemorar o Ano Novo.
"Eu dificilmente saio de casa no final de ano, pois aqui é só atravessar a rua e estamos na praia para ver o Ano Novo mais famoso do mundo. Eu também não sou do tipo que gosta de viajar, nem intercâmbio na faculdade eu topei. Mas, como não vai ter queima de fogos em lugar nenhum, queria passar, pelo menos, junto dos meus amigos e vamos fazer o nosso próprio "fuzuê". Inicialmente, queríamos algo pela cidade do Rio mesmo, tipo São Conrado ou Santa Teresa, mas estava muito caro e, então, decidimos a Região dos Lagos", contou a carioca. A viagem de Paula e seus amigos se iniciará em 26 de dezembro e durará até o dia 2 de janeiro.

Para esta viagem, Paula afirma que todos estão se cuidando e seguem em isolamento para que ninguém coloque o outro em risco. "Estamos todos evitando aglomerações, tomando cuidado ao sairmos na rua nas tarefas cotidianas e vamos fazer o teste para sabermos se estamos com coronavírus nessa semana, ainda mais que temos uma criança conosco. Nos organizamos também para tentar fugir do trânsito para a Região dos Lagos e a única coisa que sabemos que não vamos conseguir evitar é o mercado, que deve estar cheio quando chegarmos lá. Eu estou muito animada, pois sempre que viajo durante o ano é para visitar parentes em Mendes ou Vassouras e agora vou passar dias fora com amigos. A casa que vamos ficar tem churrasqueira e piscina. Vamos passar o Ano Novo longe de casa", disse a produtora de 30 anos.
Celebrar o Natal e o Ano Novo pode servir como uma forma de ser feliz nesses tempos difíceis da pandemia, mas, é necessário continuar se protegendo, por isso, utilizar álcool em gel e a máscara quando for sair de casa é essencial. O importante é não colocar nem a sua vida, nem a de outras pessoas em risco.
É importante lembrar que, no Brasil, já foram registrados, ao todo, mais de 7 milhões de casos de pacientes infectados pelo coronavírus, além de mais de 189 mil mortes e 6 milhões de casos de pacientes recuperados da doença. No mundo, a pandemia já atingiu cerca de 76 milhões de pessoas e matou mais de um milhão de pacientes.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Soares