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Na seca: moradores do Engenho do Mato denunciam falta de água há 25 dias

Dezenas de famílias niteroienses sofrem com a situação

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 04 de dezembro de 2020 - 12:00
O hidrômetro das casas só é ligado uma vez por semana
O hidrômetro das casas só é ligado uma vez por semana -

Por Ana Carolina Moraes*

O verão vem se aproximando e com ele o sol de 40°C se faz cada vez mais presente em Niterói. A situação é boa para quem gosta de praia, mas os moradores da parte alta da Rua 10, no Loteamento Jardim Fluminense, no Engenho do Mato, estão desesperados com a proximidade da estação. Isso porque dezenas de famílias sofrem com a falta de água em suas casas. A rua, que é uma ladeira, sempre teve esse problema: a parte de baixo da rua até cai água, mesmo bem pouca. Com isso, a água não tem força para subir a ladeira e chegar até os moradores da parte alta. Como alternativa, os afetados estão tendo que solicitar caminhões-pipa à Águas de Niterói, mas, mesmo assim, a dor de cabeça e a incerteza de quando poderão ter água para os afazeres básicos, como comida e banho, continuam. 

"Na parte alta da rua, cerca de 10 casas estão pedido caminhão-pipa há dois meses. Parece que a água não tem força para chegar aqui, mas já abrimos diversas ordens de serviço e a Águas de Niterói alega que não há problema nenhum", contou Amanda Braga, de 44 anos, uma das moradoras mais afetadas do local. 

No total, 10 casas sofrem com a falta de água constante na parte de cima da rua. As casas da parte de baixo recebem o recurso de forma insuficiente
No total, 10 casas sofrem com a falta de água constante na parte de cima da rua. As casas da parte de baixo recebem o recurso de forma insuficiente |  Foto: Arquivo pessoal
 

A consultora de reservas afirmou que esse problema existe há anos.

"Em 2015, fizemos um abaixo-assinado para que a Águas de Niterói colocasse uma bomba para ajudar a água a ter vazão para chegar até aqui em cima, protocolamos esse pedido, mas nada foi resolvido. Por causa dessa falta de água, temos que ter cisternas aqui, pois, sem isso, não íamos conseguir viver. Mas, o problema dessa vez está maior, nunca ficamos tanto tempo sem água, geralmente ficávamos 15 dias, mas agora estamos há 25. Sempre solicitamos os caminhões-pipas à Águas de Niterói e estes nos são cobrados na conta, mas eles também estão demorando de 2 a 3 dias para virem, o que antes demorava um dia. A cisterna aqui de casa está no limite!", contou Amanda.

Para piorar, a conta de água vem cara para os moradores da região. Isso porque o hidrômetro enche de ar quando está ligado e isso faz com que o aparelho conte como se as pessoas estivessem consumindo água.

"Uma empresa me disse que deveríamos colocar um bloqueador de ar no nosso hidrômetro, mas a Águas de Niterói não autorizou. Na época que eu deixava ele ligado direto, mesmo sem água, a minha conta custava mais de R$ 400 e era tudo ar. Por isso, a partir de agora, eu e outros moradores deixamos o hidrômetro fechado e, já que não cai água mesmo, só abrimos ele uma vez por semana. Dessa forma, nossa conta vem menor e com o valor justo, sem o ar", revelou. 

Amanda informou que, na manhã desta sexta-feira (04), caiu água para a parte de baixo da rua. "Uma vizinha minha da parte de baixo que me informou, mas não chegou nada aqui na parte de cima", concluiu.

Autor: Arquivo pessoal
 

Em nota, a Águas de Niterói informou que "enviou hoje, dia 04/12, uma equipe técnica ao local e, após vistoria, não identificou problema de abastecimento de água. Em vistoria, a equipe da concessionária orientou a cliente a manter o registro do hidrômetro aberto."

*Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas 

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