Marcelo 'Santo Forte' pede 'perdão' para mostrar seu 'rap' em forma de 'oração'
Em meio ao trabalho num mercado, em Santa Rosa, Niterói, ele compõe letras de forte cunho social. Veja Vídeo
min de leitura | Escrito por Redação | 27 de novembro de 2020 - 20:38
Marcelo Santo Forte, poucos ainda conhecem! Mas, quem mora na Rua Mário Vianna, em Santa Rosa, Zona Sul de Niterói, entre os quarteirões da descida da Garganta, no Viradouro, até o Colégio Salesiano, já ouviu falar do 'Magrinho' do Mercado Santa Rosa. É, que diariamente, há cinco anos, Marcelo da Conceição, 22, cativa os clientes do mercado, enquanto arruma frutas e legumes nas bancas instaladas na entrada da loja, e ao mesmo tempo cantarola rimas e desafios em versos de rap.
"Na velocidade te peço perdão, uma nova geração, os irmãos bons de coração...tantos falsos apertam minha mão...", cantarola e ginga Santo Forte ao mesmo tempo que organiza a banca de bananas. Pergunto a ele se é feliz, e ele me diz em forma de rima: "Não adianta caminhar a beira mar, sem ouvir o som do mar...".
O ex-ajudante de pedreiro e vendedor de bolos, feitos por uma das irmãs, diz que aprende e apreende nas andanças pelas ruas os temas para seus rap's. "Tudo que eu tento expressar nas minhas letras, é o que eu vivo, vejo e sinto. É tudo real. Através das minhas letras, das minhas rimas, só quero dar voz a milhares de outros Marcelos e Marcelas, que são invisíveis como eu", explica Marcelo Santo Forte.
Nascido e criado na comunidade do Sapê, em Pendotiba, junto com três irmãos (duas irmãs), filhos da Dona Rosely, Marcelo mostra a cara. "Comecei a trabalhar com nove anos na van que fazia a linha Sapê-Niterói, e estudava no Colégio Levi Carneiro. Depois me transferi para o Colégio Frederico Guilherme Briggs. Sempre estive atento a essas questões de injustiças sociais. Sofri e sofro na pele, né!? É isso que tento mostrar nas minhas letras", afirma Santo Forte.