Família de homem que teria sido preso injustamente organiza protesto em Niterói

Por Thalita Queiroz

Uma grande concentração de pessoas está previsto para acontecer às 11h desta quarta (12), em frente ao Fórum de Niterói, na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, em protesto contra a prisão do guardador de carros Laudei Oliveira da Silva, 41 anos, preso por um crime que ele não teria cometido, noticiado no dia 1º de outubro com exclusividade por O São Gonçalo. Com gritos de “Liberdade para Laudei”, familiares e amigos querem organizar um protesto pacífico pedindo a soltura do pai de três filhos, preso por reconhecimento fotográfico de uma foto tirada há 14 anos. Contra Laudei há dois processos em andamento na Justiça e amanhã será o julgamento de um deles.

Sem perder as esperanças, Renata Rodrigues, de 29 anos, esposa de Laudei, não descansou nenhum dia desde que ele foi levado pela polícia enquanto trabalhava em Niterói. Com o sentimento de indignação e injustiça, Renata não mediu esforços para ajudar o marido. “Nós preparamos camisas personalizadas, escrevi mais de 40 cartazes a mão, fizemos faixa, estou preparando umas fotos dele para imprimir e pendurar na frente do Fórum. Nós queremos que todos vejam o quanto ele é amado, trabalhador e sempre correu atrás do que era dele”, conta Renata.

Camisas personalizadas com a foto de Laudei |  Foto: Divulgação

Para quem esperou quatro meses e 15 dias para saber a decisão do juiz, esperar estes últimos momentos antes do julgamento parece ser um alívio. “A gente está bem esperançoso que ele seja liberto. Há dois processos em andamento contra Laudei e eu sei que amanhã será o julgamento de apenas um deles, mas temos a esperança que o segundo processo seja descartado amanhã mesmo, já que temos novas provas da inocência dele”.

Além da acusação que Laudei participou de um assalto no dia 13 de fevereiro na Praça da Cantareira, em São Domingos, Niterói, ao lado do filho, Ronald Fonseca Oliveira da Silva, de 20 anos, também detido, houve uma nova acusação contra ele. O segundo processo o acusa de roubo de moto, ocorrido uma semana depois do roubo na Cantareira. Quando ele foi notificado deste segundo crime, Laudei já estava preso e foi pego de surpresa.

“Eu e o advogado que fomos notificar ele que ele estava sendo acusado de um outro crime. Ele ficou muito abalado, chorou mas pediu que a gente tivesse calma pois tudo se resolveria. E mais uma vez temos provas que ele não estava envolvido neste roubo já que eu estava com ele no dia vendendo bebida em um ensaio de rua da escola de samba Viradouro”, conta Renata.

Preso por reconhecimento de foto tirada há 14 anos

Laudei foi preso acusado de participar de um assalto no dia 13 de fevereiro na Praça da Cantareira, em São Domingos, Niterói, ao lado do filho, Ronald Fonseca Oliveira da Silva, de 20 anos, também detido. Segundo informações passadas por familiares de Laudei, as vítimas do roubo disseram que haviam sido abordadas por dois homens, sendo que um deles teria entre 20 a 30 anos, era magro, alto, de cor parda e sem barba. Ao chegarem na delegacia, as vítimas teriam reconhecido Laudei por uma foto tirada quando ele tinha 27 anos, época em que ele foi detido por estar fumando um cigarro de maconha. A imagem, contudo, segundo os familiares do acusado, ficou registrada na Polícia Civil e foi usada para o reconhecimento.

Segundo a família, Laudei estava trabalhando no momento do crime e não tinha contato com o filho há anos por não concordar com o caminho que ele estava seguindo. Diversas pessoas aceitaram testemunhar a favor do guardador de carros para contar que estavam com ele no dia e no horário do roubo. Até mesmo o filho Ronald, que confessou participação no crime para a esposa de Laudei, disse durante conversa pelo Facebook que o pai era inocente e não estava com ele no momento do roubo. 

28 mil pessoas assinaram a petição para libertar Laudei

Dias depois da prisão de Laudei, mais de 28 mil pessoas assinaram uma petição online em protesto contra a prisão do guardador de carros. Para a esposa Renata, o fato de muitas pessoas abraçarem a causa e defenderem o seu marido é um sinal que muita gente confia nele. “Se ele fosse realmente culpado, será que toda essa gente estaria tentando tirar meu marido da prisão?", questiona ela.