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Ministério Público Federal investiga 'rachadinha' na saúde do Dr. Nanci

Esquema consistia em pagar propinas de 10% de verbas repassadas pelo Fundo Estadual de Saúde ao município

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de setembro de 2020 - 09:18
Esquema consistia em pagar propinas de 10% de verbas repassadas pelo Fundo Estadual de Saúde ao município
Esquema consistia em pagar propinas de 10% de verbas repassadas pelo Fundo Estadual de Saúde ao município -

A menos de três meses para o final do seu mandato, o prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci (Cidadania), se vê envolvido em mais uma denúncia de corrupção. Dessa vez, a Prefeitura de São Gonçalo aparece em um esquema de 'rachadinha', investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), que apresentou denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com o ex-secretário estadual de Saúde, o oficial da PM Edmar Santos, que firmou acordo de delação premiada, teria sido criado um esquema com superfaturamento de recursos do Fundo Estadual de Saúde repassados para a Prefeitura de São Gonçalo e outros seis municípios, durante a gestão do governador afastado Wilson Witzel. A contra partida era de que 10% dos valores seriam retornados através de propina, em contratos assinados com empresas prestadoras de serviços.

A delação que envolve a Prefeitura de São Gonçalo, comandada pelo prefeito José Luiz Nanci e sua esposa e chefe de gabinete, Eliane Gabriel Mendonça, foi confirmada com detalhes pelo empresário da área de saúde, Edson Torres, que seria apontado um dos responsáveis pelo controle das arrecadações das propinas. Ele resolveu contar o que sabia do esquema, após a deflagração da operação 'Tris in Idem', que levou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a afastar o governador Wilson Witzel.

Edson Torres contou aos procuradores federais que o esquema envolvia o repasse de R$ 600 milhões da Secretaria Estadual de Saúde para os fundos municipais de Saúde, dentro do que estabelece a lei. Mas, ao invés desse rateio respeitar o número de habitantes de cada cidade, os valores eram superfaturados através de contratos para obras nas cidades, entre elas São Gonçalo.

O delator contou ao Ministério Público Federal (MPF), que participou pessoalmente de reuniões sobre o esquema com representantes das prefeituras de Petrópolis, São João, Paracambi e Itaboraí, e que os representantes das Prefeituras de São Gonçalo, Magé e Saquarema pagaram os valores da propina, e que esse dinheiro foi recolhido junto aos prefeitos das cidades ou a alguém indicado por eles. Na manhã de ontem, a secretária municipal de Saúde de Magé, Carine Tavares, foi presa pela Polícia Federal (PF), que investiga o desvio de recursos de mais de R$ 9 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade.

“Em Magé, Saquarema e São Gonçalo o dinheiro era recolhido por uma pessoa de nome Leandro Pinto Coccaro, um empresário da área de medicamentos. Em Petrópolis, São João, Paracambi e Itaboraí a propina era arrecadada junto aos prefeitos, ou a quem eles indicavam, por Pedro Osório, que entregavam o dinheiro para o Edson Torres ou para o Pastor Everaldo”, relata o MPF na denúncia.

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