Prefeito José Luiz Nanci 'adotou' Praia das Pedrinhas para seu lazer mas esqueceu das praças

Moradores de bairros de São Gonçalo não frequentadas pelo prefeito José Luiz Nanci, que adotou como 'point' a Praia das Pedrinhas, onde costuma ser encontrado bebendo cervejas ao por do sol, têm reclamado do abandono de locais tradicionais da cidade, como as praças Chico Mendes, no Raul Veiga, e do Colubandê, que ao invés de servirem de pontos de entretenimento, viraram locais de insegurança para as respectivas comunidades.

Repletas de lixo e sem a devida proteção do poder público, elas são frequentadas também por usuários de drogas, moradores de rua e até ladrões, que se aproveitam da situação para agirem a qualquer hora do dia.       Tradicional ponto de São Gonçalo, a Praça Chico Mendes, no Raul Veiga, esteve ao longo de toda gestão do atual prefeito José Luiz Nanci, abandonada. Na gestão anterior a do atual gestor público, ela teve as grades protetoras retiradas, o que serviu para aumentar ainda mais os problemas enfrentados pelos moradores. 

Durante meses, ao longo de 2019, o local chegou a ser ponto de moradias irregulares. Cansados de esperar por uma solução, em outubro do ano passado, um grupo de moradores decidiu promover, por meios próprios, um mutirão na Praça Chico Mendes, que resultou em ações de limpeza, retirada de mato, colocação de brinquedos plantas, bancos e pistas para esporte.Curiosamente, quando faltam apenas dois meses para as eleições municipais, a Prefeitura de São Gonçalo está refazendo o piso em alguns locais da Praça. "Esperamos durante muito tempo. E agora o prefeito vem aqui tentar maquiar a praça para pedir votos. Isso é uma vergonha. Ele devia saber que o povo não é burro", disse uma moradora à reportagem.     Inaugurada na década de 90, a Praça Chico Mendes vivia cheia, e segundo moradores, até à noite, o local ficava tomado por jovens e adultos que buscavam diversão nos diversos bares que existiam em volta da praça, que chegou a receber shows de bandas de rock e festivais de skate.

"Diante da falta de segurança e do quadro de abandono, os comerciantes decidiram fechar as portas", afirmou o morador Rodolfo Pina Soares, de 35 anos. Colubandê - Na praça do Colubandê a situação não é diferente. Sem manutenção e por falta de ações da Guarda Municipal, o local virou 'moradia da população de rua'. O chafariz deixou de funcionar, e serve de foco para proliferação de mosquitos, quando chove mais forte.

"Já houve registro de casos de zika e chikungunya aqui. Acredito que eles devam esperar a proximidade das eleições, para mais uma vez, fazerem melhorias de fachada para conseguir votos", declarou Marlene Cristalino, de 48 anos, que mora no Colubandê há 20.