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Mãe de crianças que se afogaram em Itaipuaçu conta que soube do caso 24h depois

Crianças estavam com o pai na praia

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 14 de agosto de 2020 - 17:35
Taiane Pereira possui a guarda dos filhos e o pai as pega a cada 15 dias
Taiane Pereira possui a guarda dos filhos e o pai as pega a cada 15 dias -


Por Daniel Magalhães*

O Domingo de Dia dos Pais, que era para ser uma data de alegria, quase acabou se transformando em tragédia para os pais dos irmãos e estudantes Iago, de 6 anos, e Maria Clara, de 11, que se afogaram na Praia de Itaipuaçu, em Maricá, quando estavam em companhia do pai, que é separado da mãe das crianças. Conforme noticiado por O São Gonçalo na última segunda-feira (10), os irmãos foram resgatados de helicóptero, após serem surpreendidas por uma onda forte enquanto tiravam fotos com o pai na faixa de areia da praia.

Segundo a mãe das crianças, a técnica de enfermagem Taiane Pereira, a filha teve alta do Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), em Niterói, e já se encontra em casa. O menino, no entanto, ainda está internado, mas já saiu do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Alberto Torres (Heat), no Colubandê, em São Gonçalo. Os dois estão tomando medicação por conta da quantidade de água suja que ingeriram durante o afogamento. De acordo com a mãe, Iago desenvolveu crise asmática após o afogamento.

Em entrevista exclusiva a O São Gonçalo, a mãe contou os momentos de angústia que vem passando e o drama de só ter descoberto no dia seguinte que os filhos haviam se afogado e estavam internados, já que o ex marido escondeu dela a Informação.

"Só recebi a noticia 24 horas depois do acontecido, pois o pai escondeu de mim. Só soube porque eu fiquei o dia todo ligando, procurando saber porque ele não trazia meus filhos de volta pra casa, já que pegou no domingo para passar o dia dos pais e combinamos de segunda pela manhã ele trazer as crianças", disse a mãe.

Tomada pela angústia e preocupação, a mãe ameaçou chamar a polícia, e só aí finalmente conseguir saber o que havia acontecido com os filhos.

"Ele não trouxe as crianças, não atendia minhas ligações e nem deixava eu falar com minha filha pelo celular dela. Até que ameacei chamar a polícia e ir na casa dele. Então, a atual mulher dele veio na minha casa contar o que havia acontecido", completou.

O que Taiane não imaginava é que sua filha estava internada há poucos metros dela, na mesma unidade hospitalar onde ele faz plantões como técnica de enfermagem.

"A minha filha foi atendida no hospital que eu trabalho. E ele sabia que eu estava de plantão naquele dia, e mesmo assim não me avisou,  nem deixou minha filha falar comigo. Eu trabalho em outro setor, então ninguém sabia que era a minha filha que estava sendo atendida. O menino foi levado para o Hospital Geral do Colubandê e ele também não me falou nada", contou Taiane.

Ela e o ex-marido estão separados há aproximadamente cinco anos. A guarda pertence à mãe, e o pai tem autorização judicial para pegar as crianças a cada 15 dias. A técnica de enfermagem disse que pretende tomar alguma providência na Justiça, por negligência do pai devido ao afogamento e pelo fato dele ter escondido o que aconteceu.

"Estou considerando isso, pois a minha tristeza e perda de confiança é pela mentira. Eu cheguei falar com ele numa parte do dia, que me informou que as crianças estavam brincando e já estava trazendo-os, sendo que já estavam internados", finalizou.

*Estagiário sob supervisão de Thiago Soares

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