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Bares gonçalenses seguem desafiando a escassa fiscalização noturna da Prefeitura

Aglomerações em estabelecimentos se tornaram comum na cidade

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de agosto de 2020 - 15:42
Bar conhecido no bairro do Raul Veiga segue desrespeitando decreto da Prefeitura
Bar conhecido no bairro do Raul Veiga segue desrespeitando decreto da Prefeitura -

Por Thalita Queiroz*

Basta fazer uma breve ronda pelas noites de São Gonçalo para se indignar com as aglomerações e a falta de respeito em diversos bares da cidade. Pessoas que estão seguindo as orientações das autoridades de saúde se perguntam: "Afinal, quem deveria estar fiscalizando esses espaços?". E sem maiores respostas, a situação segue fora do controle dentro do segundo município mais populoso do Rio de Janeiro.

De acordo com a prefeitura de São Gonçalo, o responsável pela fiscalização desses estabelecimentos é a Vigilância Sanitária, seguindo o decreto 142/2020. Este mesmo decreto autoriza a reabertura dos comércios e foi aprovado pelo prefeito José Luiz Nanci, no dia 10 de junho. Mas, o que na teoria deveria ser um incentivo para que centenas de empreendimentos pudessem se reerguer da crise causada pela pandemia da Covid-19, na prática se tornou uma completa desordem.

Questionada sobre as fiscalizações no município, a Vigilância Sanitária de São Gonçalo informou dados referentes aos cinco meses de pandemia, ou seja, de março até agosto. Sendo assim, 212 estabelecimentos receberam diversos tipos de notificações. Entre eles, 10 receberam editais de interdição, ou seja, tiveram que fechar as portas. Outros 6 receberam autos de apreensão, quando algum objeto do local é confiscado. Foram 83 notificações de irregularidades no estabelecimento e 113 termos de intimação.

A Vigilância Sanitária não revelou quantos bares foram punidos desde a vigência do decreto 142/2020, em junho, porém, segundo eles, há uma equipe atuando todos os dias da semana em São Gonçalo. Já os plantões no período da noite, horário em que os estabelecimentos lotam, só são realizados às terças e quartas.

E nem mesmo a fiscalização, escassa, no período da noite, inibe os clientes a aproveitarem os bares nas noites gonçalenses. Em recente entrevista ao jornal O São Gonçalo, a prefeitura havia alegado que a cidade é grande e por isso é preciso que a população se conscientize do tamanho da responsabilidade que é ir para as ruas arriscar a própria vida e a vida de outras pessoas.

“Temos nossas equipes de fiscalização que atuam de segunda a segunda, mas é necessário que a população e comerciantes tenham consciência do que pode e não pode ser feito. Se a população não pensar no coletivo, estarão prejudicando eles mesmos. Não é uma questão de apenas órgãos públicos fazerem sua parte e sim toda população”, disse a Prefeitura.

Já nas redes sociais é possível ver bares e esquinas lotados, funcionários trabalhando sem máscaras e as demarcações entre as mesas, um dos itens essenciais para que o estabelecimento possa abrir, não sendo seguidos. Durante a semana, o desrespeito é grande mas aos finais de semana, a situação consegue ser ainda pior. Isso pode ser reflexo da ausência de fiscalização noturna da equipe de Vigilância Sanitária.

Em vídeos divulgados, sem nenhum pudor, estabelecimentos agem como se fossem imunes a qualquer tipo de punição. Em um bar bastante conhecido no bairro do Raul Veiga, até shows já estão sendo divulgados como atrações principais. No bairro do Mutondo, local conhecido como ‘point’ da noite gonçalense, as esquinas ficam tão lotadas que os carros precisam reduzir a velocidade para trafegarem.

Todos esses flagrantes contrariam a norma para o funcionamento de bares na cidade. De acordo com o decreto de flexibilização, bares, restaurantes e lanchonetes estão limitados a 40% da sua capacidade. O uso de máscaras continua obrigatório.

E assim, São Gonçalo segue vivendo os tempos de pandemia. Até o momento, são 10.883 casos confirmados, 8.590 curados, 53 hospitalizados na Rede Pública Municipal de Saúde, 617 óbitos confirmados e 8 óbitos em investigação.

*Estagiária sob supervisão de Thiago Soares

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