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Família de paciente denuncia negligência em maternidade de SG

Segundo parentes, faltam roupas de cama na unidade

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de julho de 2020 - 10:26
A maternidade em que a família teve dificuldades no atendimento foi a Maternidade Municipal Dr. Mario Niajar, no Alcântara
A maternidade em que a família teve dificuldades no atendimento foi a Maternidade Municipal Dr. Mario Niajar, no Alcântara -

Por Ana Carolina Moraes*

O enfermeiro da Marinha do Brasil, Marco Alexandre Duarte Ramos, de 47 anos, resolveu denunciar uma situação que ocorreu no último domingo (12), com ele e sua comadre, Elaine Nogueira, de 40 anos. Elaine estava grávida de 7 semanas e, como de costume, realizou o pré-natal para acompanhar o desenvolvimento gestacional. No entanto, o médico notou, após um ultrassom transvaginal, que o embrião não se desenvolveu e afirmou que não conseguia ouvir os batimentos cardíacos. Mesmo assim, o médico garantiu que continuaria acompanhando o caso, mas disse que se Elaine sentisse algo a mais, seria necessário que ela procurasse uma emergência. Até que no domingo (12), Elaine estava sangrando muito, o que fez com que Marco pensasse que poderia ser um aborto espontâneo e foi aí que ele recorreu à emergência da Maternidade Municipal Dr. Mario Niajar, no Alcântara, junto com sua comadre. Chegando lá, a família não recebeu um atendimento de qualidade e resolveu denunciar o caso.

Segundo Marco, mesmo com a observação do médico de Elaine, ao recorrer a Maternidade em questão, os médicos não a atenderam. 

"O médico dela a orientou e disse que faria uma nova ultra em 14 dias, para ver se o embrião teria se desenvolvido ou não. Mas, o médico a alertou que, caso acontecesse algo de mais grave, ela deveria procurar um serviço de emergência. No sábado (11), ela começou com um sangramento e no domingo (12) esse sangramento piorou. Levei ela então para a Maternidade Municipal de São Gonçalo e, chegando lá, descobrimos que o ultrassom só era feito durante o dia, até às 16h. Falei com uma adjunta que disse que a chave da sala de ultrassom ficava com ela e que, caso a médica solicitasse, só aí ela daria a chave para a médica atender a comadre dele e realizar o ultrassom. A médica então me informou que não faria a ultra, pois só seria feita no período diurno e que teria que esperar até esta segunda (13) mesmo com o sangramento e em uma situação de emergência", disse o enfermeiro da Marinha.

O caso fez com que Marco se indignasse, pois era uma questão de emergência e que poderia fazer a diferença na vida do embrião e de sua comadre. Ele também denunciou o fato de a maternidade não disponibilizar roupas de cama para seus pacientes. 

"A Prefeitura tem que deixar um médico de sobreaviso para realizar o procedimento. A adjunta e a médica falavam coisas diferentes. Um outro fato que me atentou foi que a maternidade não possui roupa de cama, a roupa de cama tem que ser trazida pelo paciente, isso é um absurdo. Como que não tem dinheiro para comprar os insumos da unidade?", disse Marco indignado que só descobriu que teria que levar roupa de cama ao local no momento de internar sua comadre. 

Apesar da urgência da situação e de continuar sangrando durante todo o período da noite e da madrugada, segundo Marco, a ultra de sua comadre só foi realizada nesta manhã (13). O caso chocou a família de Elaine que se preocupa com a vida da fisioterapeuta. "Se já se tinha o diagnóstico de que o embrião poderia não estar vivo, não é possível que a médica obstetra que estava no local não pudesse ter autonomia para realizar um procedimento desse", disse Marco. 

A Prefeitura disse em nota que a direção da unidade informou que a paciente foi atendida e realizou os cuidados necessários e que a conduta médica não foi prejudicada. "O serviço de ultrassom não funciona 24 horas e a profissional que estava no local é responsável por cuidar do setor e não por realizar o exame. A questão da roupa de cama está sendo providenciada", finalizou.

*Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas 

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