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Brasil anuncia produção de 100 milhões de doses de vacina contra covid-19 em parceria com Oxford

Previsão é que primeiro lote chegue em dezembro

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 28 de junho de 2020 - 12:02
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O Ministério da Saúde anunciou, ontem (27), um acordo de cooperação para a compra e transferência de tecnologia para produção de vacinas contra a covid-19 desenvolvidas pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.

A previsão é de que o primeiro lote de vacinas, com 15,2 milhões de doses, chegue ao Brasil em dezembro, e mais 15,2 milhões em janeiro. O Brasil receberá o chamado IFA (ingrediente farmacêutico ativo), que será processado e envasado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Num segundo momento, com a transferência de tecnologia, a Fiocruz, por meio do instituto Bio-Manguinhos, também produzirá a vacina.

Como ainda não foi concluída a pesquisa clínica sobre a vacina, o governo explicou em nota que o acordo começa com uma encomenda “em que o Brasil assume também os riscos da pesquisa”. “Ou seja, será paga pela tecnologia mesmo não tendo os resultados dos ensaios clínicos finais. Em uma segunda fase, caso a vacina se mostre eficaz e segura, será ampliada a compra”, diz o texto.

A primeira fase da compra, das 30,4 milhões de doses, custará US$ 127 milhões, com os custos de transferência da tecnologia e do processo produtivo da Fiocruz, estimados em U$ 30 milhões, incluídos.

Se os estudos clínicos forem satisfatórios e a vacina for considerada segura, uma segunda etapa prevê a compra de insumos e produção pela Fiocruz de mais 70 milhões de doses - com valor estimado em US$ 2,30 por dose -, totalizando 100 milhões de doses. A população brasileira é estimada em 210 milhões hoje.

Em coletiva de imprensa neste sábado, o Ministério estimou que resultados preliminares sobre a eficácia e segurança da vacina saiam já entre outubro e novembro deste ano.

A equipe técnica do ministério disse que, se já estiver comprovada a viabilidade da vacina em dezembro, quando chegar o primeiro lote ao Brasil, sua distribuição seria uma questão “de dias”, já que a distribuição pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é relativamente rápida. No entanto, será preciso ainda que a Anvisa aprove sua aplicação.

As primeiras doses, ainda segundo a equipe técnica, serão destinadas aos grupos de risco, especialmente pessoas mais velhas e com comorbidades. 

“Se der certo e chegarmos às 100 milhões de doses, a gente teria a cobertura de todos os pacientes idosos, com comorbidades, todos os profissionais de saúde, professores, indígenas, pessoas em privação de liberdade, e adolescentes em situação de educação socioeducativas, profissionais de segurança pública, de salvamento e motoristas de transporte coletivo”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros.

Se a vacina não for considerada eficaz ou segura, no entanto, a equipe técnica disse que o Brasil ao menos terá tido acesso à tecnologia, que poderá ser aproveitada pela Fiocruz.

“Se os ensaios clínicos, de eficácia da vacina, não se mostrarem seguros para a população brasileira, nós teremos o avanço tecnológico, teremos a melhoria do nosso parque industrial-tecnológico”, afirmou Medeiros. “Mas não iremos aplicar algo que não tenha eficácia comprovada.”

No comunicado, o ministério já havia afirmado que o governo federal “considera que esse risco de pesquisa e produção é necessário devido à urgência pela busca de uma solução efetiva para manutenção da saúde pública e segurança para a retomada do crescimento brasileiro”.

(Com informações da HuffPost Brasil)

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