Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,1937 | Euro R$ 5,5292
Search

Funcionários do SBT Rio alegam descaso com os funcionários durante pandemia

Segundo eles, jornalistas com maior projeção pública recebem mais assistência

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de abril de 2020 - 17:00
Sede do SBT no Rio fica no bairro São Cristóvão, na capital
Sede do SBT no Rio fica no bairro São Cristóvão, na capital -

Localizada no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, a sede do SBT na cidade é facilmente identificada na região modernizada pelo mercado imobiliário. Apesar de toda renovação, o prédio da emissora no bairro é antigo e a redação onde ficam os jornalistas não tem janelas, o que aumenta o risco de contágio e propagação do coronavírus. Nesta quinta-feira (2), a administração da empresa contratou profissionais para higienizar o prédio que possui este antigo problema estrutural.

Um número alarmante de profissionais da emissora desenvolveram sintomas da Covid-19. A apresentadora Isabele Benito, por exemplo, publicou um vídeo nas redes sociais informando seus seguidores que está infectada com coronavírus.



Após o marido, Marcielo Rios ser diagnosticado com a doença, a apresentadora decidiu se submeter ao exame e atestou positivo. Ela chegou a ficar cinco dias no CTI. O repórter Caio Álex também realizou o teste. Em quarentena desde o dia 25 de março, o jornalista informou em sua rede social que testou positivo para o coronavírus.



Outros funcionários também estão com os sintomas, sendo dois deles um produtor e um auxiliar de câmera que estão no CTI dependendo de respiradores artificiais. Para aumentar a angústia, as esposas de ambos estão grávidas.



Funcionários que não estão nos holofotes contam que não estão sendo tão bem assistidos como apresentadores e repórteres com maior projeção pública. Segundo Sidney Rezende, empregados da emissora disseram ter sido obrigados a pagar R$ 300 pelo exame para saber se estavam com coronavírus. "Tiramos do próprio bolso. O SBT não se dignou a pagar", disse um deles.



Uma produtora teme estar com a doença, mas disse que não tem dinheiro para pagar o teste: “É arriscado? É, sim! Mas não disponho desta importância, infelizmente. Estou com medo”.



Outros funcionários reclamam também que a emissora demorou muito para agir e tomar medidas contra o coronavírus, como a compra de álcool em gel para uso geral.



Além disso, repórteres que voltavam de "externas" após entrevistas com pessoas suspeitas de portarem o vírus, voltavam ao ambiente de trabalho sem serem alertados dos riscos pela empresa. Então, os repórteres passaram a se precaver por conta própria.

Jornalistas do SBT afirmam que há pelo menos 28 colegas com a doença e o número pode aumentar já que, por falta de testes, ainda não tem como confirmar a situação de cada funcionário.


Com quatro repórteres, quatro editores de texto, dois chefes de reportagem e dois produtores em quarentena, a equipe do SBT Rio sofre em dar andamento ao trabalho.



Os funcionários que alegam estar se sentindo desassistidos dizem que vão denunciar a situação de "abandono" ao Compliance da emissora, uma espécie de ouvidoria. Segundo eles, vão esperar o momento crítico da pandemia passar para formalizar a reclamação.



Procurada por Sidney Rezende, a gerência de Comunicação do Sistema Brasileiro de Televisão informou que, entre os que pediram afastamento por morar com diabéticos e idosos, pessoas que são do grupo de risco e estagiários, o número é de 17 funcionários; e outros 14 por suspeita de estarem com o coronavírus.

Matérias Relacionadas