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Sindicato de Servidores Públicos de SG denuncia falta de equipamentos para prevenção do coronavírus

Segundo o Sindspef-SG, os enfermeiros estão indo trabalhar com poucos materiais de proteção

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de março de 2020 - 17:07
Segundo o Sindspef-SG, os enfermeiros estão indo trabalhar com poucos materiais de proteção
Segundo o Sindspef-SG, os enfermeiros estão indo trabalhar com poucos materiais de proteção -

Por Ana Carolina Moraes*

Os servidores públicos que atuam na área da saúde da região estão sofrendo com a escassez de material fornecido para trabalhar nas unidades de urgência e emergência do município. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Município de São Gonçalo (Sindspef-SG) ao jornal O SÃO GONÇALO, na manhã deste sábado (21).

Esses materiais seriam máscaras, capotes impermeáveis, óculos de proteção e outros instrumentos para prevenir os servidores de não se infectarem com o coronavírus nos atendimentos. De acordo com o sindicato, a disponibilidade desses materiais para os servidores é uma obrigação do governo.

"A obrigatoriedade é proveniente da norma regulamentadora do Ministério do Trabalho (NR 06) que fala sobre a exposição dos funcionários a agentes biológicos. O coronavírus é transmitido por agentes biológicos. Por isso, são necessárias as máscaras específicas para prevenção do contágio (que são a N95, a PFF2 e PFF3), que são produzidas com sistemas de barreiras específicas para a não contaminação dos trabalhadores. Esses materiais estão sendo negligenciados para os profissionais de saúde e a Prefeitura afirma que está com dificuldade para encontrar o material, mas eles tem que encontrar a melhor medida para comprar o material, pois eles não podem colocar o profissional na linha de frente sem esse material", disse o sindicato.

Os profissionais que tem atuado com pouco ou sem os equipamentos de segurança atuam na unidade do Hospital Doutor Luiz Palmier, no Hospital Infantil Darcy Samargo Vargas e São Gonçalo e na Maternidade Municipal Doutor Mario Najar, segundo o Sindspef-SG.

Além disso, o sindicato também denuncia o decreto número 71, artigo 3, inciso 2, publicado na última sexta-feira (20), no Diário Oficial, pelo prefeito José Luiz Nanci, que informa que profissionais de saúde que se encontram no grupo de risco (no caso do coronavírus, maiores de 60 anos e com problemas crônicos) poderão atuar na linha de frente de combate de forma voluntária.

"Em São Gonçalo, foi instaurado o decreto 71 que não limita a ação do trabalhador que é considerado grupo de risco. Por exemplo, o servidor com mais de 60 anos é alocado para um setor que não tem grande fluxo de pacientes, porém, essas pessoas vão ter contato direto com os outros profissionais e tem a questão do translado, que é como os servidores vão chegar nos locais de trabalho, eles tem chances de se contaminar. As autoridades sanitárias tem que estimular que as pessoas desse grupo saíam da linha de frente, mesmo que de forma voluntária. Voluntariado é interessante para quem não está no grupo de risco, mas é irresponsabilidade", afirmou o sindicato.

O sindicato ainda afirma que vem tentando manter um contato com a Prefeitura para mostrar os pedidos dos servidores da área da saúde, mas não tem conseguido um retorno.

"Vamos ao Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren) para denunciar e informar a exposição dos profissionais de enfermagem do grupo de risco que ainda atuam nas unidades de urgência e emergência de São Gonçalo e vamos ingressar com um processo de ação civil pública para denunciar o descaso do munícipio de forma geral, não só do grupo de risco, mas a dificuldade de termos acesso aos equipamentos de proteção", disse o sindicato.

A Prefeitura de São Gonçalo foi procurada, mas até o momento não respondeu às solicitações.

*Estagiária sob supervisão de Thiago Soares

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