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Gonçalenses que moram em Nova York relatam os perrengues diante da pandemia do Covid-19

80% da cidade está respeitando o isolamento social

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 19 de março de 2020 - 14:00
Estações de metrô estão com fluxo de pessoas significativamente menor do que em dias normais
Estações de metrô estão com fluxo de pessoas significativamente menor do que em dias normais -

Por Thalita Queiroz*

Gonçalenses que moram em Nova York, no Estados Unidos, relataram as dificuldades que estão enfrentando diante da pandemia do novo coronavírus e contaram quais são as medidas que o governo está adotando para que o pedido de isolamento social seja respeitado. Além disso, moradores nova iorquinos estão apreensivos com a economia do país diante da crise que se instalou pelo mundo.

Kerly Quintanilha, de 43 anos, mora em Nova York há 20 anos e disse nunca ter visto uma situação dessa maneira, nem mesmo na época da queda das torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001. Ela contou que 80% das ruas estão vazias, o trabalho home office está sendo permitido e o salário foi cortado pela metade. “Eu acredito que o maior impacto será o financeiro mesmo, em uma proporção que a gente nem faz ideia”, desabafa ela.

Além da queda econômica do país, há outros fatores que deixam os moradores apreensivos. "Eu acho que ainda não chegamos no pico da doença e se continuar desse jeito, com pessoas que ainda não estão levando a sério as medidas de prevenção, eu acho que o governo vai fechar a cidade, pois os números estão subindo”, diz ela que presencia todos os dias pessoas levando sua vida normalmente, caminhando pela rua e trabalhando.

Em relação à comida, Kerly diz que o pior já passou e que quem queria estocar comida já o fez. “Nos mercados algumas prateleiras ficaram vazias sim, é mais difícil de encontrar carne vermelha, macarrão, molho de tomate e pão. As filas para entrar nos estabelecimentos ainda são enormes, os bares estão fechados e os restaurantes estão abrindo somente para o serviço delivery”, relata ela.

Assim como no Brasil, o álcool em gel e máscaras estão sendo itens disputados. A gonçalense diz que uma máscara de papel está custando $ 2 dólares e que há preços abusivos, um reflexo do atual cenário.

Outra gonçalense que está morando em Nova York há 27 anos, é Marilane Castro, de 57 anos. Ela conta que a cidade está deserta, as estações de trem diminuíram significativamente o fluxo de pessoas e que há muita gente perdendo o emprego. Na cidade americana a maioria da população paga aluguel e com a redução dos salários, uma crise pode ser instalada. “O governo já informou que não vai despejar ninguém nesse período, mas tem muita gente também perdendo o emprego”, relata ela.

Marilane diz que está tentando ajudar como pode: “Graças a Deus estou conseguindo fazer comida caseira e levar para alguns amigos, amigas e para as meninas que moram comigo”, conta ela. A gonçalense revelou também que em Nova Jersey, cidade a 1h30 de distância de Nova York, estabeleceu uma medida que ninguém pode estar na rua depois das 20h. Caso a medida seja descumprida, o indivíduo será preso.

O estado de Nova York registrou na última quarta (18), mil novos casos confirmados do novo coronavírus nas últimas 24h.

*Estagiária sob supervisão de Thiago Soares

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