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Pesquisa mostra que substância encontrada em água contaminada pode ajudar na reprodução do mosquito da dengue

O composto químico, chamado de geosmina, é o mesmo que tem afetado o fornecimento no Rio de Janeiro

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de fevereiro de 2020 - 15:43
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Uma substância encontrada na água contaminada com esgoto pode ajudar na proliferação do mosquito da dengue. O composto químico, chamado de geosmina, é o mesmo que tem afetado o fornecimento no Rio de Janeiro, deixando a água com gosto e cheiro de terra. A geosmina atrai o mosquito da dengue, facilitando a reprodução do animal. A descoberta foi publicada na revista científica “Current Biology”, fortalecendo a ideia de que a falta de saneamento é um dos fatores que mais contribuem para a proliferação do Aedes aegypti.

A engenheira sanitarista e professora da Escola Politécnica da UFRJ, Iene Cristina Figueiredo, explica que o surgimento de geosmina é resultado da ação de cianobactérias, que são algas microscópicas, principalmente quando a água está contaminada.

“Esses organismos [cianobactérias] para se proliferarem precisam de luz e de nutriente, essencialmente nitrogênio e fósforo. Algo que a gente também aporta para os cursos d’água por conta do esgoto sanitário. Aí a gente gera um ambiente ‘ótimo’ – água parada, muito esgoto, muito nutriente e muita luz.”

André Ricardo Machi é doutor em biologia pela Universidade de São Paulo e estuda o comportamento do Aedes. O especialista explica que o mosquito é atraído pela geosmina porque a substância é um sinal de que o reservatório de água é “propício” para o desenvolvimento das larvas.

“A água contaminada produz uma maior quantidade de geosmina, pois essa substância é basicamente produzida por microrganismos, principalmente bactérias. Isso faz com que especificamente a fêmea do mosquito seja mais atraída para ‘ovipositar’ nesse local uma vez que, onde há a substância, também há microrganismos dos quais as larvas dos mosquitos podem se alimentar.”

As autoridades de saúde reforçam o papel dos moradores no combate a focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A recomendação do Ministério da Saúde é de que limpeza de possíveis focos do Aedes, dentro de casa, seja semanal.

Dados do ministério revelam que, em 2019, de janeiro a agosto foram notificados quase um milhão e meio de casos prováveis de dengue – número quase sete vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2018. A taxa de incidência a cada 100 mil habitantes ultrapassou 735 ocorrências. Em relação aos casos graves da doença, foram registradas 1.419 confirmações.

Para mais informações, acesse saude.gov.br/combateaedes. Ministério da Saúde, Governo Federal. Pátria Amada Brasil.

(Ag. do Rádio)

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