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Colônia de Férias do Sesc São Gonçalo promove integração de crianças autistas

Dez crianças com TEA participaram destas férias de verão

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 31 de janeiro de 2020 - 14:01
Atividade com bolão na piscina do Sesc São Gonçalo
Atividade com bolão na piscina do Sesc São Gonçalo -

Por Pâmela Dias*

Inclusão, empatia e amor ao próximo. É assim que se encerra, nesta sexta-feira (31), a temporada mais querida da criançada: a Colônia de Férias do Sesc. Nesta edição, a programação baseada no conceito da psicomotricidade promoveu o evento mais especial da unidade de São Gonçalo, na qual dez crianças autistas conseguiram participar das férias de verão, graças ao acolhimento e quebra de preconceitos proporcionados pelos tutores.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição de saúde caracterizada pelo déficit no desenvolvimento da comunicação, socialização e comportamento. Por esse motivo, a integração das crianças autistas com crianças típicas e com as que tenham outras necessidade se faz importante. A psicomotricidade também auxilia no progresso, pois encara de forma integrada o raciocínio lógico, as emoções e atividades motoras.

As 16 unidades do Sesc que oferecem a Colônia de Férias de Verão e Inverno não fazem restrição de participantes, ao contrário, os educadores físicos que lideram o projeto vêm na relação um caminho para driblar o preconceito desde a infância. De acordo com Marina Machado, analista de esporte e lazer do Sesc São Gonçalo, toda a equipe é montada pensando na individualidade de cada criança.

“Tem muita dificuldade dos pais em falar que os filhos têm deficiência e depois eu percebi que eles não falam por medo das crianças serem rejeitadas. Mas é justamente o contrário, a gente precisa saber disso para não negar a participação deles e, sim, para montar uma equipe que dará todo suporte às necessidades de cada um”, contou.

Para adaptação de cada criança com TEA na Colônia, alguns profissionais do projeto participaram de simpósios sobre o autismo oferecidos pelo Sesc. No entanto, Marina afirma que “a sensibilidade da equipe de procurar entender e ouvir é que faz toda a diferença”.

A gratidão de uma mãe pelo Sesc

Marlúcia Lima é administradora e mãe de Gabriel Lima, de 13 anos, e Pedro Lima, de 6, ambos autistas, e a história deles com o Sesc São Gonçalo é contada ao O SÃO GONÇALO com muito amor e carinho.

Gabriel é autista grau 2 e participou da Colônia de Férias de julho do ano passado. Apesar de ter pouco vocabulário, ser hiperativo e não conseguir realizar algumas atividades básicas sozinho, ele esteve presente em todos os dias do projeto. Durante este período, as mudanças impressionaram tanto os pais quanto os tutores: Gabriel conseguiu desenvolver mais a fala, graças à interação com os colegas.

Já Pedro é autista grau 1, e tem mais facilidade em socializar com outras crianças. Com certa dificuldade na fala, ele criou seu próprio método de dizer o quanto gosta da Colônia de Férias. Segundo a mãe, o caçula “acorda, pega as roupas e pede ‘mamãe, meus amigos, meus amigos’”.

Para a mãe, São Gonçalo é uma cidade com grande  número de autistas. No entanto, a oferta de serviços inclusivos e de qualidade é escassa.  Segundo Marlúcia, esse é o motivo pela qual a Colônia de Férias do Sesc é importante para a família, pois o local é um espaço de igualdade e empatia.

“Achei fantástico porque eles não fazem distinção de crianças eles as incluem e respeitam suas dificuldades. Eles não tem um pré-conceito e o trabalho é feito com muito amor, comprometimento e profissionalismo. Eu gostei demais porque primeiramente eu fui tratada como uma mãe de uma criança típica, sem distinção”, relatou.

Próxima Colônia de Férias

A Colônia de Férias de todas as unidades do Sesc acontecem nos meses de janeiro e julho e, ao todo, cerca de 100 crianças participam de cada temporada. As inscrições para a próxima férias de inverno começam a partir da primeira semana de julho e podem participar crianças de 6 a 12 anos, sem restrição.

O projeto é oferecido de terça a sexta-feira, das 13h às 17h. Durante os quinze dias de Colônia, as crianças são instigadas a participar de gincanas e brincadeiras em grupo que promovem a solidariedade e aceitação das diferenças.

*Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas 

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