Coletivo se preocupa com destino da Fazenda Colubandê após declaração de Witzel

Por Thalita Queiroz*

Em mais uma tentativa de chamar a atenção dos órgãos públicos para a Fazenda Colubandê, em São Gonçalo, o coletivo 'Fazenda Colubandê Quem Ama Cuida', responsável por desenvolver atividades no lugar, usou as redes sociais para demonstrar preocupação com as futuras ações do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, após recente visita dele à cidade.

Sem a atuação da PMERJ desde julho de 2012, que deixou o imóvel público abandonado com sérias infrações no local, tombado pelo IPHAN/Governo Federal, os integrantes do coletivo 'Fazenda Colubandê Quem Ama Cuida' abraçaram o lugar com o objetivo de tentar desenvolver atividades culturais para a população, já que há pouco incentivo cultural na cidade.

Na última sexta (24), o governador Wilson Witzel disse em coletiva de imprensa, ao inaugurar o São Gonçalo Presente na cidade, que, após estudos, ele está em processo de retomada do Batalhão Florestal na Fazenda Colubandê. A notícia animou inicialmente todos aqueles que lutam por uma reativação no lugar, porém a preocupação com o que o imóvel público se tornaria virou uma questão a ser debatida.

Integrantes do coletivo revelam que se preocupam com a falta de prioridade cultural na cidade e temem que a Fazenda possa se tornar um novo instrumento para o projeto de segurança do estado. "Pelo apelo bélico desta gestão, 'tudo pela segurança', nossa grande preocupação é que não seja considerada para a Fazenda Colubandê a estratégia de agregar cultura, gastronomia e lazer no local. É insistir no diálogo", disse o coletivo.

"A Fazenda Colubandê pode ser o 'Campo de São Bento' de São Gonçalo, como uma natural opção para as famílias e os trabalhadores do setor cultural, dos produtores rurais e da agricultura familiar, com a realização de uma charmosa Feira Cultural Gastronômica, semanal (ao lado da Capela). Qualquer medida do governo fluminense deve priorizar a preservação da Fazenda Colubandê, com olhos atentos para o turismo cultural, agregando o potencial da arte, da cultura, da gastronomia e do lazer", declarou o coletivo.

Ao longo de oito anos lutando para unir o conceito de Cultura e Economia, eles reafirmam o que acreditam: "Seguir nas tentativas de diálogo faz parte do que acreditamos como base sólida de desenvolvimento, calcado na Educação e na Cultura, por isso mantemos a discussão sobre o destino do valioso patrimônio histórico cultural ao longo dos últimos oito anos".

*Estagiário sob supervisão de Cyntia Fonseca