Moradores denunciam desordem em rua do Camarão, em São Gonçalo

Por Thalita Queiroz*

Som alto, baderna na rua, abordagens policiais na porta de casa, esse é o cenário que moradores do bairro Camarão, em São Gonçalo, estão vivendo na na Rua Jaime Figueiredo, conhecida como rua da caminhada. Com o fim da casa de show I9 Music, muitos moradores acharam que poderiam estar livres do barulho, mas não foi isso que aconteceu. Até o momento 8 bares se instalaram na via oferecendo lazer noturno. 

Uma  idosa de 70 anos, que não quis se identificar com medo de retaliação, disse que a situação está insuportável e que, depois de 17 anos morando no bairro, ela já está tentando arranjar um outro lugar para viver. A moradora revelou ao jornal O SÃO GONÇALO que o som alto e a bagunça dos frequentadores do local começam às 22h e adentra a madrugada, de quarta a domingo, sem descanso.

Um idoso de 65 anos, mora bem próximo de um dos bares e afirma que têm dias que as festas vão até de manhã e que fica impossível dormir, devido ao som alto.

"Além das casas, a rua conta com uma igreja que fica no meio dos estabelecimentos e a praça, que deveria ser usada e preservada pelos moradores, vira um local onde pessoas usam drogas ou praticam atos sexuais embriagadas", revelou.

Outra idosa  contou também que no apartamento debaixo do seu mora um casal de idosos, um senhor de 93 anos e uma senhora de 91 anos. A preocupação dos vizinhos é de que eles passem mal mas não tenham como serem socorridos, já que a rua fica fechada por cones e tomada por pessoas.

“Nós já cansamos de ligar para a polícia para ver se eles fazem alguma coisa mas eles só respondem que vão tomar as medidas cabíveis e nada acontece”, se queixa a senhora.

Um outro morador, afirmou que a rua era um dos lugares mais calmos para se morar na região. "Os serviços públicos ainda funcionam de maneira regular, foi asfaltada, tem ciclovia, área para lazer, caminhão de lixo passa todo dia, a iluminação pública é eficiente. Porém, com a chegada desordenada dos bares muita coisa mudou. Durante a noite eles colocam palco na rua, colocam cadeiras nas calçadas, fechando os portões e impedimento a passagem dos carros. Nem a guarda e nem a polícia aparecem no local e, se algum morador procura algum dono de bar, eles ameaçam", desabada.

A Polícia Militar informou que nas solicitações à PM, via 190, para ocorrências de perturbação do trabalho e sossego, o denunciante deve se identificar e aguardar a patrulha, que encaminhará as  partes à delegacia de polícia (PCERJ) para registro da ocorrência, uma vez que trata-se de uma contravenção penal condicionada à representação do ofendido, ou seja, a lei exige a presença do acusado e da vítima para registro do fato.

 "O comando do 7ºBPM (São Gonçalo) emprega suas equipes com base na análise das manchas criminais locais, através de informações colhidas pelo Setor de Inteligência da Unidade. O policiamento na região é realizado diuturnamente com viaturas e motocicletas, sempre com o objetivo de coibir ações de criminosos.Ressaltamos como de fundamental importância a colaboração da população com o registro de ocorrências em delegacias para a transmissão de informações que possam conduzir as autoridades aos trâmites investigativos necessários para a prisão dos criminosos. Nossa Central 190 e o Disque Denúncia - tel. (21) 2253-1177 - também seguem à disposição em tempo integral".

Entramos em contato com a Prefeitura de São Gonçalo para apurar o caso e, em nota, eles informaram que Equipes de Fiscalização de Posturas tem ido ao local regularmente, inclusive aos bares com alvará de localização expedido, para fiscalizar os excessos relatados, como a ocupação do espaço público com mesas e cadeiras. Inclusive, já foram emitidos autos de apreensão, infração e intimação, comprovando a atuação no local.

Quanto à questão sonora, a Secretaria de Meio Ambiente também tem atuado na cidade, com intuito de coibir este tipo de poluição. Vale ressaltar que em áreas residenciais, o limite de decibéis é de 50 em horário noturno e 55 no diurno. Já em áreas comerciais, 60 para noturno e 65 para diurno. 

*Estagiária sob supervisão de  Marcela Freitas