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Movimento de Mulheres de SG realiza ato pela retomada das obras do Hospital da Mãe

O Movimento está lutando contra o número de mortes por violência obstétrica

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 10 de dezembro de 2019 - 13:56
Mulheres se organizam para que obras do Hospital da Mãe no Colubandê sejam finalizadas
Mulheres se organizam para que obras do Hospital da Mãe no Colubandê sejam finalizadas -

Por Ana Carolina Moraes*

O Movimento de Mulheres de São Gonçalo (MMSG) realizou na manhã desta terça-feira (10), um ato em frente ao esqueleto do Hospital da Mãe, em São Gonçalo.  O grupo de mais de 30 pessoas se reuniu no Colubandê para reivindicar a finalização da obra, que está parada desde 2013. A unidade que seria especializada no atendimento à mulheres, serviria para desafogar a maternidade municipal, em Alcântara, que, atualmente, realiza quase mil partos por mês. No entanto, até hoje, o que se vê é apenas o esqueleto da construção parado no tempo.

Segundo uma das organizadoras do evento, Fátima Cidade, de 58 anos, a ideia do ato surgiu de uma roda de conversa. “Há cinco anos, o Movimento de Mulheres em São Gonçalo realiza rodas de conversa com mães, gestantes e amigos. Lá buscamos levar informações e conhecimentos sobre a gravidez para as pessoas”, disse Fátima que também é a atual Conselheira Estadual e Municipal da Mulher. 

Durante as rodas, Fátima conta que descobriu que, neste ano, 12 mulheres gonçalenses morreram por causa de violência obstétrica nas unidades de saúde da região. Isso a levou a protestar e a reivindicar a finalização da obra do Hospital da Mãe, que fica no Colubandê, ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).Com o hospital pronto, Fátima acredita que a unidade de saúde poderá ofertar mais leitos para o alto risco materno e, assim, conseguir diminuir o número de mulheres mortas nos partos. 

Ainda segundo Fátima, o prédio está “só no esqueleto”, ou seja, com paredes prontas, mas sem infraestrutura interna. A mulher também conta que o governo do estado teria gastado cerca de 37 milhões na obra do prédio e não a concluiu. 

O MMSG está buscando lutar pelos direitos das mulheres na sociedade atual também pela internet. “Estamos levantando a hastag #direitoshumanospelasgestantes para mostrar nossa luta”, afirmou Fátima. 

O Governo do Estado foi procurado, mas ainda não enviou resposta à solicitação. 

Unidade teria estrutura que ainda não há no Rio

O projeto inicial do Hospital Estadual da Mãe previa que um andar inteiro do prédio de cinco pavimentos fosse destinado a uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal com 36 leitos, que não existe na rede pública de saúde da cidade.

Neste primeiro andar, haveria recepção, área de espera, consultórios, quatro salas equipadas com ultrassom, Raios- X, entre outras dependências.

No segundo andar, funcionariam 40 quartos com capacidade para dois leitos cada, totalizando 80 leitos. O terceiro pavimento abrigaria seis UTI’s para as mães, além de quarto de isolamento e um materno. No quarto andar, estariam localizadas 14 salas de pré-parto, parto e pós-parto; três salas de parto cirúrgico e uma sala para parto normal. Haveria, ainda, um espaço para observação do recém-nascido.

O último andar abrigaria a sala de máquinas. Em outro prédio de um pavimento, que estava sendo construído ao lado, funcionaria a Clínica da Mãe com recepção, 14 consultórios, salas para coleta, ultrassons e dependências administrativas.Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), informou que os projetos que começaram e não foram concluídos pela antiga gestão estão em análise técnica e financeira para identificar a possibilidade de execução.

*Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas 

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