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Plano de saúde cancela cirurgia de menino com paralisia cerebral quatro dias antes

Mãe do menino se revolta e faz campanha na internet

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 04 de dezembro de 2019 - 18:57
Bruna Cavalheiro, de 34 anos, diz que não vai desistir de lutar para que a Unimed cumpra com a decisão judicial
Bruna Cavalheiro, de 34 anos, diz que não vai desistir de lutar para que a Unimed cumpra com a decisão judicial -

Por Thalita Queiroz*

A história que todos achavam que teria um final feliz no próximo sábado (7), se encaminhou para momentos de frustrações e decepções. O SÃO GONÇALO contou a história do menino Davi Cavalheiro no começo deste ano e de lá para cá, a família ficou empenhada em arrecadar dinheiro para conseguir arcar com o tratamento do menino. Davi nasceu prematuro, de 27 semanas, e por conta do mau atendimento de um hospital de São Gonçalo, ele sofreu com sangramentos cerebrais, ocasionando uma paralisia cerebral espástica.

Diante da situação, a mãe de Davi, Bruna de Araújo Cavalheiro, de 34 anos, travou uma batalha judicial para que o plano de saúde da Unimed ajudasse na cirurgia do menino, que estava avaliada em torno de R$ 155 mil e só poderia ser feita em um hospital em São Paulo.

“Vimos que além da cirurgia teríamos muitos gastos com toda essa movimentação e por isso começamos uma campanha na internet que mobilizou muita gente. Começamos a juntar garrafas pet, a vender materiais recicláveis e fazer algumas ações para arrecadar verba”, conta a mãe.

Além das ações que tiveram início com a hashtag #DaviDePé, os pais do menino começaram a vender produtos personalizados em um site de venda: “Hoje nós temos disponíveis camisas e copos. Fomos juntando esse valor para pagar o translado até São Paulo, onde estava marcada a cirurgia, além de hospedagem e alimentação”, diz ela em tom de tristeza pois o valor arrecadado já seria de grande ajuda no processo de operação porém a Unimed não cumpriu com o combinado.

Segundo informações da mãe do menino, ontem (3), a secretária do médico que iria operar o Davi informou à família que a Unimed não havia entrado com o valor para pagar os honorários médicos e muito menos a cirurgia, e, como não havia nenhuma previsão para que o valor fosse disponibilizado, o médico precisou cancelar o processo cirúrgico. “É revoltante saber que em tão pouco tempo tudo que planejamos foi por água abaixo. Ninguém da Unimed nos procurou para saber da situação”. 

Os médicos que acompanham a criança afirmam que para conseguir uma operação de sucesso, o menino precisa ser operado até os 6 anos de idade, idade atual dele. “Isso é o que mais me preocupa. Ontem meu filho não dormiu a noite inteira, quanto mais o tempo passa mais eu vejo que ele pode estar regredindo. As crises de espasmos estão ficando frequentes”, desabafa ela.

Com o aspecto de cansada, mas não de derrotada, Bruna diz que vai lutar até o fim para conseguir arranjar uma solução para que seu filho possa ter uma vida de qualidade, sem dores e sem regredir nos movimentos do corpo. “Hoje eu levantei e vi que todas as possibilidades estavam sendo retiradas do meu filho, mas eu não vou permitir. Vamos voltar a vender garrafas pet, intensificar nas vendas de camisas e copos e tentar chamar a atenção da Unimed de alguma forma”, diz ela que já iniciou na noite de ontem as hashtags #Unimed #cumprealiminar para que as pessoas possam compartilhar o vídeo que ela gravou e para que as imagens cheguem até algum órgão responsável.

No momento a família do Davi vai tentar resolver a situação com a Unimed e enquanto isso não ficar resolvido eles vão continuar tentando arrecadar dinheiro para alcançar o valor da cirurgia. “De uma coisa eu sei, nós não vamos ficar parados, meu filho tem pressa”.

A Unimed-Rio informa que não comenta processos judiciais em andamento

*Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas

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