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Fundada em São Gonçalo, Umbanda completa 111 anos de existência

Religião foi criada no dia 15 de novembro de 1908

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 14 de novembro de 2019 - 13:57
Religião foi fundada no dia 15 de novembro de 1908
Religião foi fundada no dia 15 de novembro de 1908 -

Daniela Scaffo 

Religião afro-brasileira, a Umbanda completa 111 anos de nesta sexta-feira (15), no mesmo dia em que é comemorado o Dia da Proclamação da República.

De acordo com o Censo, cerca de 500 mil pessoas estão ligadas à religião no Brasil. O número, no entanto, pode ser maior, já que alguns por medo da intolerância, preferem não confirmar a crença.

Para comemorar a data, o Conselho Nacional de Umbanda irá lançar o 'Marco Zero da Umbanda', em São Gonçalo. O evento irá ocorrer a partir das 9h, na praça que se chamará Zélio Fernandino de Moraes - nome do médium fundador da religião, em frente a delegacia de Neves. 

Foi nesse bairro, na Rua Floriano Peixoto, que Zélio Fernandino, aos 17 anos, dirigiu a primeira sessão da Umbanda, em 1908, em um pequeno imóvel que foi demolido em 2011, durante o governo de Aparecida Panisset.

"Está havendo uma mobilização para que se trabalhe a memória e valorize essa religião como patrimônio do Brasil, pois a Umbanda tem relevância no país inteiro", explicou a museóloga Camila Cardoso, que faz parte do Projeto de Memórias de São Gonçalo.

Em Niterói, a Câmara Municipal também homenageará a Umbanda através de uma sessão solene à religião, nesta sexta. Diversos adeptos serão homenageados com Moção de Aplausos, tanto pela trajetória dentro da Umbanda, quanto pela luta que travam em favor da liberdade de crença e da cultura de paz na cidade.

A criação da religião - Zélio Fernandino de Moraes, aos 17 anos, surpreendeu a todos quando compareceu em uma sessão da Federação Espírita de Niterói, no dia 15 de novembro de 1908. Isso porque, no dia anterior, o então fundador da Umbanda estava acamado, com uma inexplicável paralisia.

Zélio sentou-se à mesa, a convite do médium José de Souza, que dirigia a sessão espírita kardecista. Em determinado momento, espíritos de caboclos (ancestrais indígenas brasileiros) e pretos velhos (escravos africanos) começaram a se manifestar através do jovem.

O dirigente se manifestou, pedindo que os espíritos 'atrasados' se retirassem. Zélio foi novamente incorporado por uma entidade, dizendo: "Se não houvesse ali espaço para espíritos de negros e índios cumprirem sua missão, ele (espírito) fundaria, já no dia seguinte, um novo culto na casa de Zélio", complementando que era o "Caboclo das Sete Encruzilhadas". 

No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, o Caboclo das Sete Encruzilhadas voltou a incorporar Zélio de Moraes e traçou diretrizes para a nova religião: vestir roupas brancas, usar guias de contas coloridas e priorizar a incorporação de espíritos.

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