Filho de Flordelis nega a autoria da carta que confessa sua participação no crime

A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou que a Polícia Civil investigue a carta escrita por Lucas Cézar dos Santos, filho da deputada federal Flordelis dos Santos (PSD), na qual ele muda a versão sobre a participação na morte do pastor Anderson do Carmo. Outro inquérito foi aberto após Lucas ter admitido em seu interrogatório na justiça, no último dia 1º, que não foi o autor da carta.

O filho de Flordelis alegou que apenas reescreveu uma correspondência que já estava pronta, entregue pelo seu irmão Flávio dos Santo Rodrigues, e pelo ex-PM Marcos Siqueira da Costa. Os três estavam presos no presídio Bangu 9.

No texto escrito, Lucas acusa Misael e Luan, seus irmãos, de envolvimento na morte de Anderson. Ele disse que Misael lhe ofereceu dinheiro para “dar um susto” no pastor. Ele relatou que pediu para um amigo fazer o serviço. Ainda na carta, Lucas afirma que no dia que recebeu a proposta, soube que Anderson tentou agarrar uma das netas. Esse fato também foi citado por Flávio, em seu depoimento à DH no qual confessou o crime. Ele afirmou ter sabido que o pastor havia “passado a mão” em uma das netas, o que foi negado pelas jovens.

Na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, Lucas acusou Flávio do crime e sempre negou seu envolvimento na trama. Até o momento, ele não havia citado o nome dos irmãos Misael e Luan. Misael, junto com o irmão Daniel dos Santos de Souza, foi o primeiro a acusar Flordelis de envolvimento na morte de Anderson. Após a declaração dos filhos, Flordelis passou a atacá-los.

A esposa de Marcos Siqueira, Andrea Santos Maia, também está sob investigação da Polícia Civil. Ela é suspeita de ter sido a responsável por entregar a carta para Flordelis, após a vereadora alegar que recebeu a carta da esposa de um preso, no “Fantástico”, na Rede Globo.

Após a divulgação da carta, Lucas passou a ser defendido pelo advogado Marcelo Pires Branco da Costa, que também é advogado do ex-PM Marcos Siqueira. Mas, após a primeira audiência do caso, no dia 31 de outubro, o rapaz decidiu voltar a ser acompanhado pela Defensoria Pública. Com a nova defesa, Lucas negou a participação no crime e acusou Flávio, mais uma vez.