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Universitário vende balas em ônibus para se formar em engenheira elétrica

As balas foram a 'luz' que ele precisava

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 08 de novembro de 2019 - 08:51
As balas foram a 'luz' que ele precisava
As balas foram a 'luz' que ele precisava -

Por Pâmela Dias

O amor pela engenharia elétrica, desde a infância, foi o fator que levou Cassiano Nunes da Rosa, de 30 anos, a não desistir do sonho de ingressar em uma universidade, anos após ter concluído o ensino médio. Mesmo antes de entrar o curso de seus sonhos, o jovem buscou cursos técnicos na área de elétrica para sentir o gosto de trabalhar com o que deseja.

Nascido e criado em Itaboraí, a trajetória profissional de Cassiano se iniciou em 2014, trabalhando como eletricista predial e operador rigger. No entanto, após ficar meses sem receber seu salário em uma das empresas, recorreu à venda de trufas caseiras nas ruas e transportes públicos da região.

O trabalho autônomo proporcionou ao vendedor a aproximação com outros comerciantes ambulantes e à uma nova mercadoria: a venda de balas. Foi a partir desse contato que Cassiano aflorou o desejo de voltar para perto dos livros e começar o tão sonhado curso na Universidade Salgado de Oliveira (Universo).

“Na primeira vez peguei o ônibus 55 [sentido Alcântara, em São Gonçalo], paguei a passagem e quando passei a catraca já comecei a pensar que não daria certo porque eu não tinha experiência. Mas depois pensei, tudo com prática dá certo”, disse ele.

Tirando por dia uma renda de cerca de R$ 100, Cassiano conseguiu começar, em agosto deste ano, o curso de Ensino a Distância (EAD) na Universo. Sua rotina de trabalho das 9h às 19h, permite que ele tire duas horas do dia para estudar em casa de segunda a sexta e os finais de semana são reservados para a filha de dois anos. Hoje, o objetivo do vendedor é aumentar sua venda de balas para, daqui a cinco anos, concretizar o sonho de se tornar um engenheiro eletricista. 

“Vender balas foi a forma de trabalho honesto que eu encontrei para conseguir me manter e realizar meu sonho. É um trabalho digno como qualquer outro”, afirmou Cassiano.

Estagiária sob supervisão de Marcela Freitas 

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