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Projeto “Urbanista por um dia” em escola de Inoã

Iniciativa foi promovida pela Secretaria de Urbanismo de Maricá

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de setembro de 2019 - 13:06
Imagem ilustrativa da imagem Projeto “Urbanista por um dia” em escola de Inoã

Cerca de 20 alunos das turmas de 2º, 4º, 5º ano e Programa de Aceleração Escolar (PAE) da Escola Municipal Marisa Letícia Lula da Silva, que fica na Chácara de Inoã (Itaipuaçu), participaram nesta sexta-feira, dia 20/09, do projeto “Urbanista por um dia” da Secretaria de Urbanismo.

Arquiteta da pasta e coordenadora do projeto, Ana Cláudia Garcia explicou que a atividade tinha como objetivo focar no dia de luta da pessoa com deficiência através de noções de acessibilidade nos espaços públicos.

“Hoje os alunos vão fazer as críticas do que precisa ter no entorno da escola relacionado à essa parte de acessibilidade”, explicou, antes de falar para o grupo sobre as atribuições de um urbanista. “Ele é responsável por colocar todas as coisas no lugar. Então, precisa pensar no que é melhor para todos, inclusive para quem anda de cadeira de rodas”, frisou.

“É importante conscientizar os alunos de que na sociedade existem pessoas com especificidades e necessidades para que, crescendo, possam lembrar desse momento. Quem sabe, se forem arquitetos, passem a pensar não mais em inclusão, mas em convivência, tendo sempre o olhar específico de permitir a todos a oportunidade de ir e vir para que façam qualquer coisa que tenham vontade”, avaliou a diretora da unidade, Lorimar Dornelas.

Uma dinâmica foi realizada com a criançada e contou com uma cadeira de rodas e vendas para os olhos. Após terem que caminhar com olhos vendados, Mariana Barbosa (10 anos) e Beatriz Goncalves (11 anos) descreveram a experiência.

“Achei muito difícil andar sem enxergar”, disse Mariana. Beatriz completou: “Eu não senti segurança nenhuma para andar. Senti medo, porque estava muito escuro”, admitiu.

Igor Araújo Andrade (12 anos), Bruna Silva (11 anos) e Heloísa de Carvalho (11 anos) fizeram o mesmo trajeto, de olhos bem abertos, mas numa cadeira de rodas e fizeram suas avaliações. “Eu achei meio fácil. O problema mesmo foi para chegar à escola. Se precisasse usar cadeira de rodas de verdade, iria precisar de ajuda”, disse Igor.

“Fiquei com medo de cair várias vezes. Me senti muito sozinha, sem ninguém para me ajudar”, contou Bruna. “Tem que colocar mais rampas, árvores e calçadas”, garantiu Heloisa, que abraçou o deficiente visual Rene Lazari, que estava no local como convidado.

Também foram apontadas pelo grupo, como necessidades: rampa para travessia de pedestres; colocação de piso diferenciado para as pessoas que não enxergam ou enxergam pouco como idosos e colocação de lixeira em determinados pontos numa distância específica.

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiências (Comdef), Rene agradeceu o carinho: “Nós nos sentimos sozinhos, inseguros e com medo também, assim como vocês, mas acabamos nos acostumando com o passar do tempo. Mas a minha deficiência, não me impede se existir essa acessibilidade. Por isso, a cidade precisa estar adaptada para nós. É importante que vocês entendam, que o mais difícil é a atitude das pessoas. As barreiras nas ruas a gente consegue resolver conversando com a Prefeitura, mas o preconceito não”, concluiu.

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