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Adolescente de Itaboraí é campeão brasileiro de Taekwondo

'Bolt' foi descoberto no 'Programa Mais Educação' de sua escola

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 04 de setembro de 2019 - 08:20
'Bolt' como é chamado pelos amigos, já ganhou diversos torneios
'Bolt' como é chamado pelos amigos, já ganhou diversos torneios -

Por Daniela Scaffo

Com apenas 14 anos, Luiz Guilherme Pereira de Jesus - conhecido como ‘Bolt’ entre os amigos, acumula títulos como lutador de Taekwondo. Morador de um bairro de classe média baixa, em Itaboraí, o adolescente conta que as condições financeiras não foram impeditivos para que ele ‘corresse atrás’ de seus sonhos.

O menino foi descoberto através do ‘Programa Mais Educação’, que era realizado na Escola Municipal Professor Maria Cristina Soares Fróes, em São José, em que ‘Bolt’ estuda. Esse foi o pontapé inicial para que o professor de história e lutador, Taynan Chaves, desse continuidade ao projeto, criando o ‘Caminhar’, há três anos, que acontece em um salão de festas que fica na Avenida Antônio Cícero, lote 12, em Cabuçu, onde Luiz Guilherme deu continuidade aos treinamentos.

 “O Taynan dava aulas de taekwondo na minha escola e me descobriu. Depois eu fiquei um tempo parado, mas logo voltei a treinar no projeto em que ele abriu, no bairro em que moro. Com dedicação e treino, fui ganhando campeonatos regionais, passei para faixa preta disputei outros campeonatos maiores”, contou Luiz Guilherme, que mora com os pais e uma irmã.

 O primeiro campeonato conquistado por Luiz Guilherme aconteceu em setembro de 2018, o Open Sudeste. Logo depois, em dezembro do mesmo ano, o menino foi consagrado na Copa do Brasil. Em fevereiro de 2019, o estudante repetiu o feito no Grand Slan. E não parou por aí.

De junho para cá, Luiz Guilherme conquistou títulos no Pan Americano de Taekwondo, que aconteceu em Portland, nos Estados Unidos; no Open Sudeste; na Seletiva para o Brasileiro; e no Brasileiro de Taekwondo, todos na categoria cadete (de 12 a 14 anos).

No campeonato disputado nos Estados Unidos, foi preciso, inclusive, arrecadar fundos para que o atleta fosse mostrar o seu talento. Por isso, o treinador Taynan, amigos e familiares juntaram quase R$8 mil para arcar com estadia, passagens e outras despesas.

“Fomos com medo, mas ele conseguiu o título de primeiro lugar no Pan. Bateu Peru, Estados Unidos e Porto Rico. Eu levei ele de carro até São Paulo, porque a passagem era mais barata, depois ele pegou uma escala de Guarulhos ao Panamá, outra até a Califórnia e depois desceu em Portland. De lá, voltou como favorito. Ele trouxe títulos de campeão, que dá direito a adquirir a bolsa atleta internacional, muito importante pois é um esporte custoso”, contou Taynan.

Luiz Guilherme ainda acrescentou que fez ‘vaquinhas’ para arrecadar o dinheiro, além de vender rifas e ser apoiado até pela escola em que estuda. “Eu fiquei muito tempo sem saber que eu tinha conseguido a vaga para o Pan, mas ao mesmo tempo triste, pois não sabia se conseguiria ir ou não. Até a escola me ajudou”, declarou. Mas quem vê de fora, pode até pensar que não houve abdicações para que Luiz Guilherme conquistasse tantas medalhas. Porém, o atleta conta que treina cerca de cinco horas por dia, além de fazer treinamentos funcionais e fazer acompanhamentos médicos.


O projeto - Professor de história, Taynan Chaves teve a oportunidade de dar aulas de Taekwondo para crianças em escolas através do Programa Mais Educação, regulamentado, na época, pelo Ministério da Educação. Quem quiser se inscrever ou ajudar o projeto, é só ligar para 97150-8766 (Taynan).

Com a descontinuidade do programa, Taynan se viu incentivado a criar seu próprio projeto. Com isso, em 2016, surgiu o 'Caminhar'.


"A motivação foi porque o bairro não tem nada de educativo para crianças e adolescentes. Após a conversa com o dono de um salão de festas, ele me ofereceu o espaço a custo zero. Iniciei com poucas crianças, mas aos poucos, uma foi levando a outra. O esporte tem esse benefício, o de motivar", explicou Taynan.


Porém, ele conta que para essa motivação acontecer, é preciso treinar para competições. Por isso, procurou saber quais eram os retornos atuais, além de tentar conciliar o projeto com a rotina de professor de escola. Atualmente, o 'Caminhar' conta com mais de 50 atletas inscritos.

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