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Pitbulls fogem, invadem casa vizinha e matam bulldog da família

Caso aconteceu em Itaipuaçu

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 16 de agosto de 2019 - 08:41
Caso aconteceu em Itaipuaçu
Caso aconteceu em Itaipuaçu -

Por Daniela Scaffo

Nem os muros altos que separam as duas residências em um condomínio de alto padrão em Itaipuaçu e todo cuidado das donas impediram que a veterinária Grazielle Miranda Marques, 42, e a diretora de escola Miriam Chaves Brugger Moledo, 50, passassem por uma tragédia familiar. No último dia 25, as mães da bulldog Paçoca, de cinco anos, tiveram uma triste surpresa: a cachorrinha de estimação tinha sido dilacerada em seu próprio quintal, por dois American Pitbulls, que pertencem a um casal de pastores vizinho.

Paçoca não foi a óbito imediatamente. A pet foi socorrida por uma veterinária que trabalha na clínica de uma das mães da bulldog, passou três dias internada e não resistiu ao ataque. Segundo as mães de Paçoca, ela foi estraçalhada pelos cães e teve os dois caninos arrancados.

"Tudo aconteceu aqui perto da churrasqueira, onde a Paçoca fica deitadinha. Nossa cachorra sempre foi muito dócil e se dava bem com todas as crianças das nossas famílias. Os donos dos pitbulls foram imprudentes ao fechar o portão de madeira deles apenas com um fio, sem nenhum tipo de cadeado, ou seja, uma tragédia anunciada. A veterinária que a encontrou, disse que Paçoca estava completamente ensanguentada, cianótica e estraçalhada", informou Miriam.

Para Miriam, Paçoca virou um mártir. Ela contou que as folgas de sua funcionária acontecem apenas quinta-feira e domingo e o ataque dos cães a bulldog aconteceu em um desses dias da semana.

"Era uma quinta-feira, um dos dias que a nossa funcionária está de folga. A Paçoca morreu para que outras pessoas não viessem a sofrer os mesmos danos. Só assim fica o alerta que tanto era dado antes da nossa cachorrinha vir a morrer. Tinha pessoas na nossa rua que até evitavam passar em frente a casa do nosso vizinho, por medo dos cães", contou a diretora.

Há nove dias, Miriam e Grazielle procuraram um advogado para entrar com uma ação civil contra os donos dos animais.

"O que me fez mover essa ação foi que protetores de animais de Maricá vieram até aqui e, no depoimento, o nosso vizinho mentiu, dizendo que o ataque não tinha sido bem daquele jeito. Que eu tinha eutanasiado a Paçoca. Eu não sou contra a eutanásia, mas eu não fiz, pois a Miriam não iria querer. A Paçoca sofreu muito e eu acompanhei o sofrimento até o final", disse a veterinária.

A veterinária ainda contou que já atendeu a Ivy, um dos cães que atacaram a Paçoca. Segundo Grazielle, a pitbull teve um distúrbio comportamental pós gestação e se tornou agressiva por conta disso. O outro cão que fez o ataque é um dos filhos de Ivy, que já havia passado pelo processo de mutilação das orelhas.

"Eles cortaram as orelhas de todos os filhotes da Ivy, e eles acabaram se machucando ainda mais brincando um com o outro, enquanto estavam com os pontos. A Ivy sofreu um distúrbio pós gestação e nunca foi devidamente tratada, ficando agressiva. Há áudios que comprovam que eles vendem os filhotes, o que é outra ilegalidade. Ao pessoal da proteção ao animal, eles falaram que não vendem os cachorrinhos, mas sabemos que é mentira", complementou a veterinária.

Após o ataque e socorro de Paçoca, o dono do animal, juntamente com uma funcionária, entrou na casa das donas de Paçoca e lavaram todo o sangue do quintal, sem autorização das residentes.

Para o advogado das mulheres, isso se configura invasão de domicílio e desfeita da cena de contravenção penal.

"Ele não tenta lavar para proteger as mães, ele tenta lavar para se proteger. O vizinho tem cachorro de enorme violência. O american pitbull sofre cruzamentos com outros e passa a ter um componente maior de violência. Essa modificação genética não é permitida no Brasil. O dono dos cães não teve cautela com esses animais e violou um dos artigos das contravenções penais e também o Código Civil. Ele tem a obrigação de manter os cães com guarda redobrada, mas não o fez. Portanto, terá que indenizar as duas mães da Paçoca", explicou Walquer Figueiredo da Silva.

Mas essa não foi a primeira vez que os pitbulls atacaram algum cachorro no condomínio. Em março, um caso parecido ocorreu, porém, a tragédia foi evitada a tempo.

O caso ganhou repercussão na internet e já recebeu mais de 500 compartilhamentos em uma rede social.

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