Colégio Walter Orlandini ainda não recebeu verba recuperada da Lava Jato
Escola foi uma das onze indicadas, mas está fechada desde 2016

Há pouco mais de um ano, em março de 2018, alunos e profissionais do Colégio Walter Orlandini, em São Gonçalo, receberam a notícia de que uma das 11 escolas da rede estadual de ensino listadas para receber R$ 15 milhões recuperados pela Operação Lava-Jato era a unidade de ensino do Patronato. Entretanto, segundo informações, até hoje a escola não recebeu a verba.
Com problemas estruturais desde janeiro de 2016, quando um deslizamento atingiu os laboratórios de química, física e biologia, o valor já tinha destino certo: a reforma de um muro de contenção de encostas, que ficava nos fundos da escola.
Além dos laboratórios, cinco salas de aula que ficam no andar de cima da ala afetada também foram interditadas pela Defesa Civil. Com isso, algumas turmas recebem aulas no teatro, na biblioteca, na sala de informática e até mesmo em um refeitório.
“Toda a ala está interditada. Uma área da direção e a quadra de esportes também foram afetadas. Com isso, os alunos estão tendo aulas em espaços improvisados. Nos preocupa muito as moradias que estão encostadas no muro de contenção, pois a qualquer chuva forte o terreno pode ceder e desmoronar”, informou a presidente do Conselho Escolar do Walter Orlandini, Jurema Cristina as Silva. Ainda segundo Jurema, em 10 de abril deste ano, o secretário de Educação Pedro Fernandes esteve na unidade de ensino e prometeu obras na escola programadas para o segundo semestre deste ano.
“O secretário de educação do estado está visitando algumas escolas e, entre elas, foi ao Walter Orlandini. Nessa visita, foram apresentados os problemas pelos quais a unidade está passando e ele fez a avaliação da obra do muro de contenção juntamente com uma empresa, prometendo a diretora que iniciaria o trabalho na escola no segundo semestre deste ano. A nossa esperança é que, definitivamente, a obra saia do papel”, finalizou.
Sindicato Municipal não sabia de salas provisórias
Em contato com a direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) de São Gonçalo, a entidade informou que desconhecia a informação de que algumas turmas estariam tendo aulas em salas improvisadas.
“Desconheço a informação de que algumas turmas estavam funcionando em salas provisórias, isso não foi passado para a gente”, informou a diretora do Sepe, Maria do Nascimento.
Ela ainda contou que o sindicato tem ciência dos problemas estruturais da escola, mas que foram informados que estavam sendo solucionados.
“A gente até se colocou a disposição dos professores para organizarmos um ato cobrando obras estruturais na escola, mas depois ninguém nos comunicou mais nada e a informação que tivemos foi de que a situação estava sendo resolvida”, emendou Maria.
Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) não encaminhou resposta até o fechamento desta edição.