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Fechamento de livraria do Rio traz reflexão sobre queda do setor livreiro

Livraria Arlequim funcionava há 25 anos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de maio de 2019 - 08:29
Em 2017, projeto ‘Mais Leitura’ seria remanejado para outro local, mas desde então nada aconteceu
Em 2017, projeto ‘Mais Leitura’ seria remanejado para outro local, mas desde então nada aconteceu -

Por Cyntia Fonseca 

Em funcionamento há 25 anos, uma das mais tradicionais livrarias do Centro do Rio, a Livraria Arlequim, localizada no Paço Imperial, vai fechar as portas no dia 18 de maio. O anúncio causou um burburinho nas redes sociais na última semana e trouxe à reflexão o quanto o setor livreiro tem sofrido com a crise editorial, infelizmente não só no estado do Rio.

Em pouco mais de um ano, houve, na região, fechamento de importantes lojas do ramo, como a Travessa e a Livraria Cultura da Rua Senador Dantas, ambas no Centro do Rio; a Gutenberg do Partage Shopping, tradicionalíssima no município e a Nobel, do São Gonçalo Shopping - sem contar o encerramento das atividades da consagrada Casa Cruz, que além de serviços de papelaria, também tinha participação importante no setor de livros. A crise editorial se confirma em números.

Dados do 4º Painel das Vendas de Livros no Brasil em 2019, apresentados pelo Nielsen Bookscan e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) mostram que em abril, o setor livreiro teve queda de 12,2% em volume de vendas e 11% em faturamento. No mesmo período de 2018, o volume de vendas era de 3,27 milhões de exemplares e neste ano passou para 2,86 milhões, o que representa uma diminuição no faturamento nominal de R$ 138,967 milhões para R$ 123,820 milhões.

Em São Gonçalo, além da notável carência de livrarias acessíveis à maior parte da população, a falta de bibliotecas públicas e projetos de incentivo à leitura atraentes desmotivam ainda mais o cidadão gonçalense. Nem mesmo o projeto Mais Leitura, iniciado em parceria com o governo do Estado, conseguiu se manter.

Na época do fechamento, em 2017, quando funcionava onde hoje está localizada a Casa do Empreendedor, no Zé Garoto, a promessa era transferir o projeto para a Biblioteca Municipal, no Lavourão, em Estrela do Norte.

“Como em tantos outros setores, o projeto de livros acessíveis só fica na promessa. Quando eu quero comprar livros novos e baratos, eu aproveito o ‘Mais Leitura’ de Niterói”, conta a dona de casa Lia Freitas, de 22 anos.

Questionada, a Prefeitura respondeu que estão sendo efetivadas ações para despertar e promover a leitura no ambiente escolar e fora dele. No dia 29 de março foi realizado o evento Literando 440 anos de Histórias.

Os alunos da Rede Pública Municipal contam com bibliotecas ou espaços de leitura nas unidades de ensino e a Gestão Pública da Secretaria de Educação está realizando a transferência da biblioteca municipal da Av. Presidente Kennedy, 721, Estrela do Norte, para a Rua Uriscina Vargas, 36 , Mutondo. Em breve, este espaço de promoção à leitura estará disponível à população no novo endereço”.

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