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Homenagem ao jornalista e ator Angelo Barsi

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relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de maio de 2019 - 17:16
Imagem ilustrativa da imagem Homenagem ao jornalista e ator Angelo Barsi

Por Marcos Vinicius Cabral 

Recebi pelo Whatsapp na manhã deste sábado, a notícia do desaparecimento físico de Ângelo César Barsi deste mundo.

Apesar do velho e batido clichê de não acreditarmos nessas notícias ruins que nos pegam de surpresa, me desliguei um pouco deste mundo para escrever sobre ele.

Foi necessário para lembrar de uma época em que ganhávamos mal mas nos divertíamos.

Sem falar, é claro, de vestirmos de fato a camisa da empresa para se fazer jornalismo.

A princípio, Ângelo foi - como todo repórter deve ser - questionador no tempo em que esteve à frente da editoria de cultura.

Certa vez, o vi entrevistando um cantor de rap para uma das suas matérias de fim de semana, em que eram tantas perguntas que curioso quis saber o porquê.

- Vinicius, entrevistar é fazer uma ressonância não da pessoa mas do que sai de sua boca -, me disse com um bloquinho nas mãos cheia de garrancho na ocasião.

E saiu mexendo o queixo e estalando os dedos como de costume enquanto eu bebia água. 

- Além do mais, eu não preciso ligar para ele para tirar alguma dúvida depois -, gritou abrindo a porta da redação enquanto eu o observava na porta da cozinha. 

Era raro não vê-lo chateado com os insucessos do nosso Flamengo - acho inclusive que foi o flamenguista mais passional que passou naquela redação -, assim como encarnador com selo de autenticidade quando colocava sobre sua mesa ou computador a camisa do Mais Querido.

Era ator e encenava sempre no intervalo dos goles de café e tragadas no cigarro, cenas que são como redemoinhos em minhas lembranças.

No fim, eu e mais um dos ou três o aplaudíamos e ele retribuía com um sorriso. 

Se espelhava no mestre Antônio Abujamra, falecido em 2015, que interpretou o inesquecível Mestre Ravengar de Que Rei Sou Eu?, em 1989 e sempre que podia falava alguma peculariedade de sua vida profissional, pois a pessoal, ele tomava conta apenas da dele.

E mesmo assim adoeceu.

Saiu do jornal O São Gonçalo um pouco antes de mim em 2008 e não mais nos encontramos.

Contudo, neste hiato de pouco mais de dez anos,  trabalhou como taxista no Centro do Rio de Janeiro e também, nas horas vagas, conciliava em ser palhaço nas apresentações ao lado da pequena Bárbara, sua filha.

Hoje foi demitido na Terra e admitido no céu e ingressa no jornal No Ar que na imensidão  celeste estará ao lado de seu fundador César Mattos, do diretor de redação Assuéres, do repórteres Jorge Luiz e Júlio Brasil, dos fotógrafos Maurício e Jacózinho, do contato publicitário Léo e de Cezinha, que vai rodando em tiragem ilimitada o que esses profissionais vão escrevendo e registrando em momentos históricos eternizados em nossos corações.

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