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Ex-presidente da Sossego lidera nova Liga das escolas do grupo de Acesso

Escolas de samba já pensam no Carnaval de 2020

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de abril de 2019 - 09:24
Wallace Palhares é ex-presidente da Acadêmicos do Sossego
Wallace Palhares é ex-presidente da Acadêmicos do Sossego -

Por Sérgio Soares

A Liga Independente das Agremiações do Rio de Janeiro (Liga-RJ) começa a articular o planejamento rumo ao Carnaval de 2020. Composta inicialmente por nove dissidentes da Liga das Escolas do Rio de Janeiro (Lierj), a entidade, dirigida pelo ex-presidente da Acadêmicos do Sossego, Wallace Palhares, costura novas adesões para ter o formato final do plano de desfiles, com o número de participantes maior entre os filiados.

Esse grupo já está mobilizado na elaboração do planejamento para o próximo Carnaval, com amparo jurídico, com a preocupação de montar uma linha de trabalho dentro da lei. A Liga-RJ também luta na Justiça para que a Lierj apresente a prestação de contas de gestões anteriores, certa de que houve desvio de recursos destinados às escolas, como a renda das bilheterias do Sambódromo.

Palhares esclareceu a O SÃO GONÇALO os motivos que levaram os presidentes dessas agremiações a deixar a Lierj.

O SÃO GONÇALO - O que garante a legitimidade da nova liga para gerir a Série A no Rio de Janeiro?

WALLACE PALHARES - O regulamento da Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesa) cita a Lierj, pois ela era, até então, a liga que representava legalmente as escolas da Série A. Porém, segundo o artigo 5 da Constituição Federal, a mãe de todas as leis, especificamente no inciso vinte e um, as entidades associativas só possuem legitimidade para representar as filiadas, quando expressamente autorizadas.

OSG - E o que isso quer dizer?

Palhares - A partir do momento que as agremiações juntas, se filiam à Liga-RJ, é vedada a interferência estatal, conforme determina a Constituição Federal, pois a Lierj não possui mais autorização para representar as escolas. Vale ressaltar que a mesma Constituição determina que ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado. Não vivemos em uma ditadura. O processo é democrático e estamos dentro do nossos direitos.

OSG - o que motivou vocês a promoverem essa mudança e a criar uma nova liga?

Palhares - Na verdade, as pessoas confundem um pouco quando falam de liga. É como se estivéssemos fazendo uma liga para poder ter poder. Na verdade, há o desejo de mudança de nove escolas diferentes. E existe até outras que estão aguardando novos pronunciamentos para fazer parte do time. Por enquanto, são nove escolas insatisfeitas com a falta de clareza nas prestação de contas e de uma gestão cristalina de tudo. Há, por exemplo, o contrato com a Rede Globo, que a gente nunca viu. Não se trata apenas de um movimento para criar uma nova liga. É uma representatividade das escolas. De uma entidade que realmente brigue por nós.

OSG - E como será o trabalho?

Palhares - Ninguém consegue fazer duas coisas sozinho. Cada um na sua área. Quem vai ficar na liga vai ter total compromisso em buscar apoios e parceiros para poder melhorar o nível do espetáculo.

OSG - Como será a elaboração da montagem do plano de desfiles para o Carnaval de 2020?

Palhares - Vamos representar apenas as agremiações filiadas nos desfiles de sexta-feira e sábado de Carnaval na Marquês de Sapucaí. E a Liga vai responder por elas. Vamos lançar na nossa página um cronograma que inclui o sorteio da ordem de desfiles. Já estamos trabalhando muito para não deixar que o Carnaval se atrase e a preparação das escolas seja prejudicada.

OSG - o senhor é a favor de que o Governo do Estado assuma a gestão do sambódromo na Marquês de Sapucaí?

Palhares - O Governo do Estado será muito bem vindo. Será um grande parceiro.

OSG - Que tipo de mensagem o senhor mandaria para os sambistas do Rio de janeiro?

Palhares - Is sambistas podem esperar uma Liga com administração transparente e prestação de contas de tudo. Faremos uma gestão que vai buscar apoios, novos parceiros. Vamos pleitear das autoridades a construção da Cidade do Samba 2, que precisa abrigar as escolas. Hoje, a preparação das agremiações é feita em locais insalubres. As escolas estão brigando por novos rumos, uma gestão deferente, que possa favorecer a todos os sambistas.

OSG - Qual é a sua experiência no mundo do samba?

Palhares - Sempre trabalhei com Carnaval. Já tenho 25 anos na área, desempenhando diferentes atividades no mundo do samba. Já passei por diversas agremiações, não apenas da região, mas também em Brasília. E também fui jurado do Grupo Especial no Carnaval de São Paulo. Cheguei na Sossego como diretor de Carnaval e graças ao meu empenho e espírito de liderança, assumi lá a presidência por unanimidade. Por tudo isso, me considero pronto para esse novo desafio.

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