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Youtuber usa suas redes sociais para desabafar sobre a depressão

Whindersson Nunes ficará fora dos palcos para fazer o seu tratamento

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 20 de abril de 2019 - 09:22
Youtuber e comediante, de apenas 24 anos, desabafou nas redes sociais sobre a depressão
Youtuber e comediante, de apenas 24 anos, desabafou nas redes sociais sobre a depressão -

Por Rafaela Batista e Cyntia Fonseca 

A depressão vem sendo considerada a doença do século. Para ela, não existe idade, classe social ou raça. Na última semana, o youtuber e humorista Whindersson Nunes, de 24 anos, “chocou” o país depois de desabafar no seu Twitter sobre estar vivendo uma tristeza há anos, mesmo depois de ter conquistado tudo o que sempre sonhou. Na postagem, ele revelou “sentir uma angústia todos os dias, que parece não ter fim”. Por causa disso, o humorista ficará ausente dos palcos até agosto deste ano para fazer o seu tratamento.

Há quem diga que a doença é causada por questões espirituais mas em uma das suas postagens, Whindersson acrescentou: “Depressão não é falta de Deus, você só precisa deixar Deus agir pelas mãos certas”.

Recentemente, o Padre Fábio de Melo também usou uma das suas redes sociais para fazer um desabafo, e contou que sofreu de síndrome do pânico e depressão, quando viveu os piores meses da sua vida. Mas, eles não foram os únicos famosos a serem diagnosticados com a doença. Aartistas como DJ Alok, Lucas Lucco, Anitta, Bruna Marquezine, Demi Lovato, Justin Bieber, entre outros, lutaram e ainda luram contra a depressão.

Aos 11 anos, a jovem, X, de 20 anos, moradora de São Gonçalo, foi diagnosticada com depressão e pensou em suicídio três vezes.

Ainda quando criança, ela fez uso de medicamentos, dos quais a faziam ficar dopada, impossibilitada de sentir qualquer sintoma, porque só assim, evitava as crises de pânico.

De acordo com a jovem, várias questões contribuíram para que ela desencadeasse a depressão.

“Primeiro, eu demorei a aceitar, porque é bem complicado. A minha primeira crise foi quando eu tinha 11 anos, e um dos grandes motivos da época foi o bullying que eu sofria na escola e a aceitação do meu corpo. Mas, naquela época, a minha depressão foi a leve, se assim podemos dizer”, contou X.

A estudante universitária contou, ainda, que recentemente teve uma recaída e relembrou que, em menos de dois meses, tentou suicídio. Com isso, depois de muitos anos, se viu necessitada de voltar com os remédios, que eram ainda mais fortes.

“Eu sentia uma angústia o tempo inteiro, com pensamentos que queriam me derrubar, me induzindo a tirar a minha própria vida. Nessas horas, nos sentimos incapazes, como se não fossemos importante. Mas eu tentava o tempo inteiro ser forte. Mesmo pensando em suicídio, o que me impediu foi o meu medo. Na última crise, passei uma semana direto chorando, não sentia vontade nem de levantar da cama, eu só dormia a base de remédios”, confessou.

Mas, depois de fazer o tratamento com psicólogo e psiquiatra, e, ter o apoio da família, X, revela que nos momentos de crise, o mais importante são as pessoas estarem ao lado.

“Tudo uma hora passa, por mais que tenhamos recaídas, somos fortes e conseguiremos sair dessa. Se a pessoa enfrentou a primeira crise, com certeza vai enfrentar as outras. Por mais que seja difícil, não podemos nos entregar. Você que passa por isso, não está sozinho”, finalizou. 

Psicólogo explica sobre importância da família

O psicólogo Jalzy Souza explica que a depressão existe em três estágios: a leve, a moderada e a grave -ou transtorno depressivo maior - e os seus sintomas.

“A depressão pode ser despertada por variados gatilhos, como se diz na psicanálise. Pode ser por questão financeira, pela perda de um ente querido, fim de um relacionamento, em que a pessoa era muito dependente da outra, ou seja, diversos motivos”, explica o psicólogo, alertando, ainda, sobre os principais sintomas da doença:

“Os sintomas mais aparentes na depressão, além do suicídio, são o choro sem motivo aparente, a perda de peso, a falta de vontade de fazer as atividades que antes eram prazerosas, e, o principal, é a desesperança”, contou.

De acordo com Jalzy, o apoio e a participação dos familiares é essencial durante o tratamento.

“Esse é o momento crucial, no qual a família tem a participação muito grande, pois a pessoa se afasta, e acaba tendo o isolamento social, que é um dos sintomas da depressão. Então, ela precisa do apoio da família como o incentivo de que não está sozinha”, ressaltou o psicólogo, que pontua a importância do acompanhamento dos familiares.

Mais do que apoiar, a família precisa estar dentro do processo, e entender o que é a doença para saber como agir nessa situação.


“Hoje em dia, há o estigma de que o tratamento medicamentoso sozinho resolve a depressão, mas isso não é verdade, devido às questões psíquicas. Por isso, é recomendado que o paciente faça acompanhamento com o psicólogo e psiquiatra, para que tenha eficácia no tratamento”, finalizou.

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